MEDICINA E SAÚDE
Câncer, do Colo do Útero
A incidência de câncer do colo do útero, em geral, é elevada em países como o Brasil, onde a renda familiar é insuficiente para suprir as necessidades básicas.
Estudos epidemiológicos que analisam o perfil do câncer cérvico-uterino relacionam a sua incidência a fatores de risco, tais como más condições de higiene e alimentação, tabagismo, iniciação sexual precoce, multiparidade, multiplicidade de parceiros (promiscuidade), infecções ginecológicas repetidas e infecções por Vírus do Papilomavírus Humano (HPV).
Dentre todos os tipos de câncer, o colo do útero é o que apresenta um dos mais elevados potenciais de prevenção e cura, podendo alcançar cerca de 100% quando diagnostico é feito precocemente. O seu pico de incidência está situado na faixa etária entre 40 e 60 anos, sendo que apenas um pequeno percentual de casos ocorre antes dos 30 anos, fato que pode estar relacionado a evolução lenta da doença.
Chama a atenção o fato de que, embora desde o final da década de 40, o Brasil disponha de tecnologia, o exame Papanicolau para detecção precoce do câncer do colo do útero, apenas 10% das mulheres brasileiras submetem-se ao exame citopatológico pelo menos 3 vezes na vida. Isto resulta no diagnostico da doença numa fase avançada em 70% dos casos diagnosticados, o que dificulta a cura e sobrevida das pacientes.
Entre as características que viabilizam a efetividade dos programas de controle do câncer pode ser incluídos:
Ø A existência de um exame com sensibilidade e especificidade adequadas para o seu rastreamento, o exame de citologia exfoliativa do colo uterino.
Ø A existência de método adequado para o tratamento das fases assintomáticas.
Ø Um maior eficácia no tratamento dessas lesões precursoras do que o câncer propriamente dito.
Ø O custo da detecção e do tratamento do período assintomático e certamente menor que o tratamento da doença clinica e,
Ø O numero estimado de mulheres portadoras de lesões precursoras não inviabilizaria um programa de busca ativa dos casos.
Além disso, deve também estar garantida a população0 a atenção de média e alta complexidade através de sistema de referencia e contra-referencia.
Dentro do programa de atenção à saúde da mulher, o controle de câncer cérvico uterino deve ser organizado através de campanhas em áreas de maior risco. Além disso, deve-se incluir as lesões epiteliais cervicais, na lista municipal de doenças de notificação compulsória, com vistas a construção de um banco de dados sobre a distribuição da doença no município.
As ações extra-setoriais devem ser realizadas através de articulação com a secretaria municipal de educação, com vista a prevenção de DST, incentivo ao planejamento familiar com prevenção de gravidez precoce.
Inicia-se no momento, uma perspectiva para a realidade de uma prevenção primaria ativa em nível dos mecanismos moleculares nas diversas fases evolutivas do processo: iniciação, promoção e transformação
Conceitualmente dois tipos de vacinas podem ser desenvolvidas as profiláticas, que protegem o hospedeiro de desenvolver neoplasias associadas ao HPV e as terapêuticas, que induziriam a regressão das lesões estabelecidas, segundo Schmitt e Milanezi (1988).
A vacina contra HPV oncogênico é uma vacina profilática. Não é a intenção prevenir a progressão de lesões associadas ao HPV já presentes no momento da vacinação. A vacina contra HPV oncogênico não confere proteção contra todos os tipos de HPV oncogênico. A vacinação é uma prevenção primaria e não substitui os exames ginecológicos regulares (“Exame de Papanicolau” – prevenção secundária) ou as precauções contra a exposição ao HPV e ás doenças sexualmente transmissíveis. A duração da proteção não foi completamente estabelecida. Observou-se proteção eficaz sustentada por até 6, 4 anos após a primeira dose.
Ivoní V. França
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