ENTREVISTA COM A
DERMATOLOGISTA
Drª. Graça Fernandes
A partir do ano 2000 o excesso de proteção solar, segundo pesquisas recentes, trouxe alguns prejuízos ao organismo. Quais podem ser os benefícios do sol?
Dra. Graça Fernandes: A pele tem como função principal atuar como barreira entre o meio interno e o externo. Desse modo, promove proteção contra o calor, a luz solar, lesões e infecções, assim como armazenamento de água e produção de vitaminas D. A vitamina D é importante constituinte da saúde humana e sua maior fonte é produzida por intermédio da exposição da pele humana à radiação ultravioleta. Sabemos do papel benéfico dela sobre a incidência e o prognóstico de outras doenças, por exemplo o câncer, raquitismo em crianças e osteomalácia em adultos.
Existem novidades sobre protetores, bloqueadores e maquiagens com fotoproteção?
Dra. Graça Fernandes: Grandes avanços vêm sendo conquistados desde a introdução dos filtros solares. Substancias com propriedades fotoprotetoras como, por exemplo, os antioxidantes e hidratantes estão agregando resultados na prevenção das dermatoses induzidas pelo sol.
Como escolher o fator de proteção solar (FPS) do filtro solar?
Dra. Graça Fernandes: Além de promover uma fotoproteção contra as radiações UVA e UVB, o filtro solar nunca deve ser menor que 15 FPS, podendo ser mais alto dependendo da cor da pele e do tempo de exposição. Aplica-lo 30 minutos antes da exposição ao sol, ser resistente à água e ao suor.
Câncer de Pele |
A pele é o maior órgão do corpo humano. É dividida em duas camadas: uma externa, a epiderme, e outra interna, a derme. A pele protege o corpo contra o calor, a luz e as infecções. Ela é também responsável pela regulação da temperatura do corpo, bem como pela reserva de água, vitamina D e gordura. Embora o câncer de pele seja o tipo de câncer mais freqüente, correspondendo a cerca de 25% de todos os tumores malignos registrados no Brasil, quando detectado precocemente este tipo de câncer apresenta altos percentuais de cura. As neoplasias cutâneas estão relacionadas a alguns fatores de risco, como o químico (arsênico), a radiação ionizante, processo irritativo crônico (úlcera de Marjolin), genodermatoses (xeroderma pigmentosum etc) e principalmente à exposição aos raios ultravioletas do sol. Câncer de pele é mais comum em indivíduos com mais de 40 anos sendo relativamente raro em crianças e negros, com exceção daqueles que apresentam doenças cutâneas prévias. Indivíduos de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias são as principais vitimas do câncer de pele. Os negros normalmente têm câncer de pele nas regiões palmares e plantares. Como a pele é um órgão heterogêneo, esse tipo de câncer pode apresentar neoplasias de diferentes linhagens. Os mais freqüentes são: carcinoma basocelular, responsável por 70% dos diagnósticos de câncer de pele, o carcinoma epidermóide com 25% dos casos e o melanoma, detectado em 4% dos pacientes. Felizmente o carcinoma basocelular, mais freqüente, é também o menos agressivo. Este tipo e o carcinoma epidermóide são também chamados de câncer de pele não melanoma, enquanto o melanoma e outros tipos, com origem nos melanócitos, são denominados de câncer de pele melanoma. |
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