terça-feira, 6 de novembro de 2012

Taxa de obesidade bate recorde no País

Novo estudo do Ministério da Saúde mostra que 15,8% dos brasileiros são obesos, o maior índice da história;49% estão acima do peso

A taxa de obesidade bateu recorde histórico no País. Novo estudo do Ministério da Saúde, divulgado nesta terça-feira (10) mostra que o índice alcançou a marca de 15,8% da população, cerca de 30 milhões de pessoas. Na última pesquisa – referente ao ano 2010 – eles somavam 15%. Em 2006, a porcentagem era de 11,4%.
As mulheres superam ligeiramente os homens nesta estatística. Entre elas, o índice de obesidade é de 16% e neles a marca chega a 15,7%. Além da obesidade, também foram divulgados os números de sobrepeso, quando os ponteiros da da balança estão em desacordo com a altura (quando o Índice de Massa Corporal ou IMC é maior do que 25). Esta condição já aumenta o risco de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares, e afeta quase metade da população, 49% do total.

 
O número cresce em média um ponto percentual por ano. Os homens, nesta categoria de sobrepeso, são os que mais estão acima do ideal. Em 2006, eles representavam 47% da população, mas, em 2011, esse número cresceu para 52%. O excesso de peso no sexo masculino começa cedo, na faixa dos 18 aos 24 anos, 29,4% já estão nessa condição. Entre as mulheres, 45% apresentam IMC alto (contra 39% em 2006).

Evolução da obesidade e excesso de peso no País

Os dados do Vigitel mostram que, desde 2006, o número de brasileiros com excesso de peso e obesos aumentou (em %).

Vigitel 2011 / Ministério da Saúde

“Agora é hora de reverter essa tendência, se não quisermos chegar a patamares como os da Argentina, Chile e Estados Unidos”, afirmou o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. De acordo com o ministério, a obesidade atinge 20,5% dos argentinos, 25,1% dos chilenos e 27,6% dos americanos. Para isso, o ministro acredita que é importante investir em campanhas para mudanças de hábitos dos brasileiros.
“Criar espaços públicos para a prática de atividade física, como as academias de saúde, e investir nas políticas para que a indústria produza alimentos mais saudáveis são essenciais”, afirma.
O estudo é chamado de Vigilância de Fatores de Risco (Vigitel). Para chegar ao raio X, pesquisadores do Ministério ouviram, por meio de um inquérito telefônico, 54.144 pessoas, entre janeiro e dezembro do ano passado, todas maiores de 18 anos e moradoras das 26 capitais brasileiras e do Distrito Federal.

Alimentação e atividade física
A pesquisa mostrou que os hábitos alimentares dos brasileiros não têm mudado de forma significativa nos últimos anos. Apenas um terço da população (30,9%) consome frutas e hortaliças regularmente (cinco ou mais porções por semana) e 20,2% cumprem a dieta recomendada de cinco ou mais porções de frutas e hortaliças diariamente.
Por outro lado, 34,6% dos brasileiros admite consumir carnes com excesso de gorduras, 56,9% não dispensa o leite integral e um terço da população (29,8%) bebe refrigerantes pelo menos cinco vezes por semana. Os homens se alimentam pior. O consumo de carnes gordurosas é feito por 45,9% deles, enquanto o índice entre as mulheres cai para 24,9%. Eles comem menos hortaliças e frutas e tomam mais refrigerante e leite integral.
“Os hábitos estão ligados a mudanças culturais, que levam mais tempo para serem aferidas, por isso não tivemos mudanças significativas de 2006, quando o Vigitel começou a ser feito, para cá”, comenta o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
Barbosa comemorou outro resultado da pesquisa: o sedentarismo entre a população brasileira caiu. Em 2006, esse índice era de 15,6%. Agora, está em 14%. A prática regular de atividade física é considerada fundamental para a prevenção de doenças crônicas – cardiovasculares, câncer, hipertensão e diabetes – e no combate à obesidade.
Os homens adultos lideram as estatísticas sobre a prática de exercícios físicos por lazer: 39,6% deles se exercitam por diversão, enquanto o índice entre as mulheres é de 22,4%. Florianópolis (SC) é capital em que mais pessoas (41% da população) praticam atividades físicas no tempo livre. Porto Velho (RO) aparece no lado oposto da lista: apenas 26% dos habitantes têm o mesmo hábito.

Escolaridade
A pesquisa demonstrou a forte ligação entre escolaridade, excesso de peso e os hábitos alimentares e de prática de atividade física dos brasileiros. Mais da metade (52%) da população com menos de oito anos de estudo está acima do peso. O número cai para 47% entre quem tem mais de 12 anos de estudo.
A escolaridade, no entanto, tem efeito contrário quando o recorte é feito por sexo. Entre os homens mais escolarizados (mais de 12 anos de estudo), 60% estão com excesso de peso e 17% estão obesos. A taxa cai para 51% e 16% entre os menos escolarizados.

Com as mulheres, o fenômeno é inverso. Quanto mais escolarizadas e, segundo o ministério, com mais acesso a informação, mais magras são elas. Entre aquelas com mais de 12 anos de estudo, 35% estão fora do peso ideal e 11% obesas. O número de sobrepeso sobe para 52% entre as menos escolarizadas e, de obesidade, para 20%.
Na alimentação, o estudo demonstrou que as pessoas menos escolarizadas são as que mais consomem leite integral, carne com excesso de gordura e menos hortaliças e frutas. O bom hábito dessa parcela da população que supera o da mais escolarizada é o consumo de feijão.

Escolaridade X alimentação saudável

Há diferenças de hábitos alimentares entre as pessoas que têm menos e mais instrução formal, exceto no consumo de refrigerantes (em %)

Vigitel 2011 / MInistério da Saúde

A escolaridade também é determinante na prática de atividade física. Entre os brasileiros que estudaram mais de 12 anos, 42,1% faz algum tipo de exercício. O percentual cai para 24% entre quem estudou até oito anos.

Capitais
Porto Alegre (RS) é a capital com mais pessoas acima do peso: 55%. Fortaleza (CE) aparece em segundo lugar, com 54% de prevalência de adultos com sobrepeso. Duas capitais, Palmas (TO) e São Luiz (MA), são as que tiveram menor número de pessoas com excesso de peso: 40% da população.
A obesidade é mais frequente em Macapá e Porto Alegre, com 21% e 20%, respectivamente. Novamente a capital do Tocantins, Palmas, aparece como a cidade com menos obesos (12,5%), seguida por Teresina (13%) e São Luís (13%).

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Cães identificam câncer de intestino em fase inicial

De acordo com estudo, cão diagnosticou amostras cancerígenas com 95% de precisão



Mais do que pegar a bola: estudo mostrou que cães são capazes de farejar câncer


Um estudo publicado nesta segunda-feira (31) no site da revista médica "British Medical Journal - BMJ" aponta que os cachorros são capazes de detectar câncer de intestino pelo olfato com grande nível de precisão, embora a doença precise estar na fase inicial.

Com base nas pesquisas, os autores revelam a existência de componentes químicos correspondentes aos tipos de câncer específicos que circulam pelo corpo humano e que um cão é capaz de farejar.

Isto abriria, conforme uma equipe de analistas do Departamento de Cirurgia da Universidade de Kyushu, no Japão, a possibilidade de desenvolver testes para detectar a doença antes de alcançar outras partes do corpo.

Para chegar a esta descoberta, foi feita uma experiência com um cachorro labrador adestrado, que realizou durante vários meses testes de olfato entre os quais o de farejar mostras de sedimentos dos participantes.

As mostras pertenciam a 48 pessoas diagnosticadas com câncer de intestino e a 258 voluntários que não tinham a doença ou haviam tido câncer no passado.

Aproximadamente metade das amostras de voluntários procedia de pessoas com pólipos de intestino que, embora benignos, são considerados precursores de câncer de intestino.

Em 6% dos testes, uma de cada dez das mostras de sedimentos procede de pessoas afetadas com outros problemas intestinais, como doenças inflamatórias do intestino, úlceras, diverticulite e apendicites.

As de câncer de intestino foram extraídas de pacientes que padeciam de vários níveis da doença, entre os quais nas fases iniciais.

O cachorro identificou com sucesso quais eram cancerígenas, e quais não eram, em 33 de 36 testes e em 37 de 38 verificações a partir de sedimentos, com as maiores taxas de detecção entre as extraídas das pessoas que tinham a doença na fase inicial.

Isto equivale, segundo o estudo, a 95% de precisão, em geral, para as mostras e 98% no caso das dos sedimentos, frente aos resultados obtidos pelas colonoscopias convencionais.

Os analistas indicaram que no caso das mostras de fumantes e pessoas com outro tipo de problemas, nos quais poderia pensar que esses fatores interfeririam ou poderiam mascarar outros cheiros, não representaram nenhum problema para o cachorro.

O estudo mostrou que existem cheiros específicos discerníveis exalados pelas células cancerígenas do corpo, uma teoria apoiada por outras pesquisas que apontam os cachorros como capazes de farejar câncer de bexiga, pele, pulmão, mama e ovário.

Os autores admitem que a utilização de cachorros para detecção de câncer é pouco prática e cara. Eles acreditam que essa descoberta abre caminho para desenvolver um sensor capaz identificar componentes específicos.

Ansiedade acelera progresso do câncer

Estudo feito em camundongos mostrou que animais ansiosos tiveram mais tumores e foram os únicos que desenvolveram formas invasivas.

Pesquisadores da Universidade de Stanford descobriram que a ansiedade pode piorar a evolução do câncer. Em seu estudo, os cientistas verificaram que camundongos ansiosos desenvolveram mais tumores que os tranquilos por apresentarem decréscimo de imunidade. Análises anteriores já haviam relacionado o estresse crônico ao aumento do risco de câncer e de outras doenças, mas este é o primeiro a ligar biologicamente traços de personalidade como a alta ansiedade ao câncer.

“A descoberta é importante, pois se o diagnóstico de qualquer doença já gera ansiedade, mais aflito o paciente vai ficar caso saiba que a ansiedade é perigosa”, afirmou ao iG Firdaus Dhabhar, autor do estudo publicado no periódico científico PLoS ONE. Camundongos ansiosos mostraram que além de terem altos níveis do hormônio do estresse, a corticosterona, também apresentavam quantidades menores das chamadas células T, que atuam contra o câncer.

Dhabhar adverte que ainda são necessários mais estudos para que analisar a relação entre ansiedade e a progressão do câncer em humanos. “O diagnóstico de câncer já é ruim o suficiente para gerar estresse e ansiedade e o nosso estudo sugere que a ansiedade pode acelerar a progressão da doença, o que pode acabar criando um círculo vicioso”, disse. Para o pesquisador, o objetivo da pesquisa é tentar amenizar ou eliminar os efeitos da ansiedade e do estresse crônico no momento do diagnóstico ou durante o tratamento.

Como assim rato ansioso?

Entende-se por camundongos ansiosos aqueles que não se saíram muito bem em testes que mediam o comportamento em motivações conflitivas como a dúvida entre a necessidade de explorar para encontrar comida e parceiros e a necessidade de segurança.

Para descobrir o grau de ansiedade dos camundongos, a equipe colocou os animais em canaletas em forma de cruz, onde um caminho tinha paredes abertas e no outro fechado. A ideia era medir a frequência com que os camundongo se aventuravam para o lado aberto. “É provável que um camundongo com alta ansiedade passe mais tempo na segurança do escuro, onde, na natureza, seria menos provável ser descoberto por predadores”, explicou Dhabhar.

Depois de determinados quais camundongos eram ansiosos e quais não eram, os animais foram expostos animais a raios ultravioleta por 10 minutos, três vezes por semana ao longo de 70 dias, o que causaria câncer de pele nas cobaias. Quase todos os camundongos desenvolveram câncer de pele, porém os ansiosos, com sistema imune mais fraco, tiveram mais tumores e foram os únicos que desenvolveram formas invasivas de câncer.

Nova molécula abre caminho para tratamentos contra câncer

Substância impede movimento e multiplicação das células cancerígenas, em especial as resistentes a tratamentos tradicionais de quimioterapia, disseram pesquisadores franceses.

Uma nova molécula anticancerígena e antimetástase que abre caminhos para novos tratamentos alternativos contra o câncer acaba de ser descoberta por uma equipe internacional de pesquisadores.

A molécula, batizada de "Liminib", impede o movimento e a multiplicação das células cancerígenas, em particular as resistentes a tratamentos de quimioterapia, explicou nesta terça-feira (28) o Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS) em comunicado.


A principal característica da "Liminib", resultado de uma década de trabalho e testes em mais de 30 mil moléculas, é sua capacidade de inibir a enzima quinase, cuja presença excessiva favorece a multiplicação das células e propagação do câncer.

Esta enzima regula a dinâmica do esqueleto interno da célula, formado por uma rede de fibras cujos filamentos permitem ela se movimentar e reproduzir.

A molécula "Liminib" estabiliza e bloqueia essa rede de fibras, impedindo que sua multiplicação. Os resultados de um estudo piloto, realizado em ratos, são "encorajadores", segundo o CNRS, que participou da pesquisa junto a outras instituições francesas e cientistas da Austrália e do Reino Unido.

No estudo, ficou constatado que a nova descoberta "não tem apenas boa eficácia, mas que os animais tratados apresentaram boa tolêrância à substância".


 

Transgênicos aumentam em até três vezes ocorrência de câncer em ratos

Estudo revelou que ratos alimentados com milho geneticamente modificado morreram mais rápido. Cientistas afirmam que resultados de pesquisa são alarmantes.

No estudo, 200 ratos foram alimentados durante dois anos com três tipos diferentes de milho

Os ratos alimentados com organismos geneticamente modificados (OGM) morrem antes e sofrem de câncer com mais frequência do que os demais, destaca um estudo publicado nesta quarta-feira (19) pela revista "Food and Chemical Toxicology", que considera os resultados "alarmantes".

"Os resultados são alarmantes. Observamos, por exemplo, uma mortalidade duas ou três vezes maior entre as fêmeas tratadas com OGM. Há entre duas e três vezes mais tumores nos ratos tratados dos dois sexos", explicou Gilles-Eric Seralini, professor da Universidade de Caen, que coordenou o estudo.

Para realizar a pesquisa, 200 ratos foram alimentados durante um prazo máximo de dois anos de três maneiras distintas: apenas com milho OGM NK603, com milho OGM NK603 tratado com Roundup (o herbicida mais utilizado do mundo) e com milho não alterado geneticamente tratado com Roundup.

Os dois produtos (o milho NK603 e o herbicida) são propriedade do grupo americano Monsanto.

Durante o estudo, o milho fazia parte de uma dieta equilibrada, em proporções equivalentes ao regime alimentar nos Estados Unidos.
"Os resultados revelam uma mortalidade muito mais rápida e maior durante o consumo dos dois produtos", afirmou Seralini, cientista que integra ou integrou comissões oficiais sobre os alimentos transgênicos em 30 países.
"O primeiro rato macho alimentado com OGM morreu um ano antes do rato indicador (que não se alimenta com OGM), enquanto a primeira fêmea, oito meses antes. No 17º mês foram observados cinco vezes mais machos mortos alimentados com 11% de milho (OGM)", explica o cientista.

Os tumores aparecem nos machos até 600 dias antes de surgirem nos ratos indicadores (na pele e nos rins). No caso das fêmeas (tumores nas glândulas mamárias), aparecem, em média, 94 dias antes naquelas alimentadas com transgênicos.

Os pesquisadores descobriram que 93% dos tumores das fêmeas são mamários, enquanto que a maioria dos machos morreu por problemas hepáticos ou renais.

O artigo da "Food and Chemical Toxicology" mostra imagens de ratos com tumores maiores do que bolas de pingue-pongue.

"Com uma pequena dose de Roundup, que corresponde à quantidade que se pode encontrar na Bretanha (norte da França) durante a época em que se espalha este produto, são observados 2,5 vezes mais tumores mamários do que é normal", explica Seralini.

O diretor do estudo disse ainda que os transgênicos agrícolas são organismos modificados para resistir aos pesticidas ou para produzi-los e lembrou que 100% dos transgênicos cultivados em grande escala em 2011 foram plantas com pesticidas.

"Pela primeira vez no mundo, um OGM e um pesticida foram estudados por seu impacto na saúde a mais longo prazo do que haviam feito até agora as agências de saúde, os governos e as indústrias", disse o coordenador do estudo.

Segundo Seralini, os efeitos do milho NK603 só foram analisados até agora em períodos de três meses. Alguns transgênicos já foram analisados durante três anos, mas nunca até agora com uma análise em tal profundidade, segundo o cientista.

Também é a primeira vez, segundo Seralini, que o pesticida Roundup foi analisado em longo prazo. Até agora, somente seu princípio ativo (sem seus coadjuvantes) havia sido analisado durante mais de seis meses.

"São os melhores testes que podem ser realizados antes dos testes em humanos", explicou ainda.
O estudo foi financiado pela Fundação CERES, bancada em parte por cerca de 50 empresas, algumas delas do setor da alimentação que não produzem OMG, assim como pela Fundação Charles Leopold Meyer pelo Progresso da Humanidade.

 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Conexões Neurais


Cientistas criam modelo que reproduz conexões neurais de um rato

Um grupo de pesquisadores reconstruiu em um modelo informático uma parte do córtex cerebral de um rato identificando as conexões entre os neurônios, um avanço considerado fundamental para entender o funcionamento do cérebro dos mamíferos, segundo um estudo divulgado esta semana.

"É um grande avanço, já que sem isso seriam necessárias décadas ou, inclusive, séculos para determinar o lugar de cada sinapse (conexões entre os neurônios) no cérebro", explicou Henry Markram, diretor do projeto batizado de Blue Brain, da Escola Politécnica de Laussane, Suíça.

"A partir de agora será muito mais fácil construir modelos informáticos precisos", acrescentou o pesquisador, cujo trabalho foi publicado na revista PNAS, em sua edição de 17 de setembro. O objetivo do projeto, iniciado em 2005, é construir um cérebro virtual de um mamífero até 2018.

Um dos grandes desafios da neurociência é construir uma mapa de sinapses entre os neurônios, um projeto que foi denominado Connectome e que permitirá explicar os fluxos de informação do cérebro, o que é considerado uma espécie de Santo Graal da pesquisa neste campo.

O cérebro humano conta com centenas de milhares de neurônios e um número muito maior de sinapses. Para reconstruir virtualmente em três dimensões um microcircuito do córtex cerebral do rato, os cientistas usaram dados obtidos durante 20 anos em amostras do tecido cerebral, nas quais foram determinadas a forma e as propriedades elétrica dos diferentes neurônios, as células do sistema nervoso cerebral.

Os pesquisadores traduziram, utilizando um supercomputador da IBM conhecido como Blue Gene, todas as propriedades biológicas para dados matemáticos para realizar assim um modelo de 10 mil neurônios conectados entre si, com 30 milhões de sinapses e vários quilômetros de fibras. Dessa forma, constataram que a distribuição das sinapses virtuais do estudo correspondiam a de 75 a 95% do real no caso dos ratos, o que valida seu modelo.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Estudo identifica moléculas que formam memórias de longo prazo

Cérebro visto como uma grade curvada, em imagem feira por estudo publicado nesta quinta (29) (Foto: MCH-UCLA Human Connectome Project)escoberta auxilia na fabricação de remédios contra Alzheimer e Parkinson.
Pesquisa foi realizada por cientistas dos Estados Unidos.

Uma equipe de cientistas identificou as moléculas que permitem que um acontecimento se torne algo que iremos lembrar daqui a seis meses ou anos, segundo um artigo publicado nesta segunda-feira pela revista Journal of Clinical Investigation.
A descoberta pode auxiliar na fabricação de remédios que melhoram a memória e aliviam alguns dos sintomas cognitivos que caracterizam doenças como esquizofrenia, depressão, parkinson e alzheimer. O estudo foi liderado por Joshua Hawk, da Universidade da Pensilvânia, e contou com a colaboração de pesquisadores do Instituto Médico Howard Hughes e da Universidade do Texas.
"Há muitos compostos disponíveis para o tratamento dos sintomas de doenças como a esquizofrenia, mas esses compostos não tratam déficits cognitivos como problemas com a memória", disse Ted Abel, da Universidade da Pensilvânia.
Os cientistas focaram sua atenção em um grupo de proteínas denominadas receptores nucleares e que se relacionam com a regulação de várias funções biológicas, incluída a formação da memória. Os receptores nucleares são um tipo de fator de transcrição, isto é, proteínas que podem se unir com o ácido desoxirribonucleico (DNA) e regulam a atividade de outros genes.
Seu papel regulador pode ser significativo na formação da memória, já que é preciso transcrever os genes para transformar as memórias de curto prazo em lembranças de longo prazo por meio do fortalecimento das sinapses dos neurônios no cérebro.
Para identificar a maneira como esta classe de fatores de transcrição atua na formação da memória, a equipe treinou ratos com um método comum para a criação de memórias de um lugar e um acontecimento de modo que os animais aprendem a vincular um contexto particular ou um determinado tom com uma experiência específica.
Acredita-se que as associações com um lugar ou um contexto ficam codificadas no hipocampo, enquanto a memória associada a algum sinal, como um tom, ficam codificadas na amígdala.
Quando os pesquisadores treinaram os ratos pela segunda vez, observaram que os animais transgênicos tinham uma memória reduzida do lugar onde ocorria a experiência, ou seja, das lembranças que deveriam estar no hipocampo, comparados com os roedores normais. Nos ratos transgênicos, por outro lado, a memória abrigada nas amígdalas permaneciam intactas.

Câncer de Próstata

Novo medicamento para o câncer de próstata pode ser usado a cada 6 meses

Uma nova droga deve ser utilizada no tratamento de câncer de próstata no país. A injeção subcutânea chega ao Brasil em março de 2013 e atua no tratamento avançado da doença, quando até mesmo a cirurgia é descartada. O paciente deve receber a medicação a cada seis meses.
De acordo com urologistas, a ingestão do medicamento de forma periódica ajuda na adesão do tratamento, além de proporcionar mais conforto ao paciente. Se aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a droga deve ser usada em homens que possuam a doença em estágio avançado. A discussão sobre o novo medicamento aconteceu no 12º Congresso Paulista de Urologia.
Composto de acetato de leuprorrelina, o medicamento tem o nome comercial de Eligard. Ele integra o grupo de remédios usados na hormonioterapia. Sistema utilizado em pacientes que tem diagnóstico de estágio avançado do câncer, com metástase. Trata-se de uma terapia onde o hormônio masculino é a primeira alternativa terapêutica. Caso, esse método falhe, o tratamento é modificado e recorre-se a quimioterapia, considerada segunda linha do tratamento. Em câncer de próstata, a cirurgia só é indicada em casos que têm diagnóstico precoce.
O americano, David Crawford, especialista americano que participou do congresso, alega que o desenvolvimento dessa linha de tratamento, a partir de hormônios, vai levar o câncer de próstata a ser tratado como doença crônica no futuro. Ele salienta que os especialistas têm esperança em tornar esse tipo de câncer, mesmo em estágio avançado, em uma doença controlável, da mesma forma que se trata o diabetes e a pressão arterial.
O urologista, que é chefe da seção de Uro-Oncologia da Universidade do Colorado disse que aplicação da nova droga de maneira periódica é eficaz. Ele revela que possui experiência com pacientes que fizeram uso dessa estratégia nos EUA e os resultados são satisfatórios. Conforme Crawford não se trata apenas de tomar a medicação a cada seis meses e sim, ter um acompanhamento médico.
A nova droga ainda passa por processo de aprovação da Anvisa. Por enquanto, estão disponíveis no Brasil, doses mensais e trimestrais. O valor de cada dose semestral deve girar em torno de R$3 mil.

Prevenção

Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), somente neste ano, mais 60.180 novos casos de câncer de próstata devem ser registrados. Os números mostram que a taxa de incidência é alta, 62,5 casos para cada 10 mil homens. Segundo especialistas, falta aos homens uma educação de prevenção contra o câncer de próstata. Os homens ainda precisam entender a importância de consultar periodicamente um urologista. Mesma cultura já condicionada às mulheres quanto às consultas ao ginecologista.

 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Diferenças na visão de homens e mulheres

A diferença na visão está relacionada com as hormonas sexuais nos homens e nas mulheres
Um grupo de investigadores dos Estados Unidos concluiu que os homens conseguem ver melhor pequenos detalhes e respondem mais rapidamente a pequenos estímulos de movimento, mas as mulheres são melhores a fazer a distinção de cores.

A diferença na visão está relacionada com as hormonas
sexuais nos homens e nas mulheres (Pedro Cunha (arquivo))

 O estudo, feito com 36 mulheres e 16 homens com idades entre os 16 e os 38 anos, todos com visão “normal” foi publicado esta semana na revista Biology of Sex Differences . A equipa envolvida no projecto concluiu que na visão, tal como nos outros sentidos, há diferenças significativas entre homens e mulheres.

Dito desta forma, não parece muito surpreendente. Aliás, o facto de os homens terem melhor visão espacial e as mulheres uma melhor visão periférica é um assunto que tem sido amplamente explorado com o recurso ao famoso exemplo das incapacidade do homem em encontrar algo no frigorifico e das dificuldades da mulher atrás de um volante. Porém, desta vez os investigadores focaram-se na capacidade para distinguir cores e na detecção de pormenores, aptidões que estarão relacionadas com a quantidade de hormonas sexuais no cérebro.

Os participantes, todos voluntários, realizaram exercícios de visão, durante 15 sessões de uma hora cada. Em cada exercício tinham de descrever o que viam. Os resultados confirmam que os homens são menos capazes de distinguir cores, mas mais rápidos a responder a estímulos de movimentos de imagem e mais capazes de identificar pormenores.

Esta diferença de visão está relacionada com a quantidade de receptores de hormonas sexuais masculinas (androgénio), no cérebro. A hormona sexual é responsável pelo desenvolvimento, na fase embrionária, dos neurónios do córtex visual, local onde são processadas as imagens, o que faz com que os homens tenham 25% mais desses neurónios do que as mulheres. “Tal como se verifica noutros sentidos, como a audição ou o olfacto, há diferenças claras na visão entre homens e mulheres. Os elementos que medimos são determinados pelo número de neurónios (talamicos) no córtex visual e como esses neurónios são produzidos durante a fase embrionária, pensamos que a testosterona, tenha um papel importante nestas diferenças” diz Israel Abramov, líder do estudo, citado no comunicado de imprensa da BioMed Central.

Segundo o artigo científico, pode ser razoável concluir que estamos perante diferenças adaptativas e que dependendo das necessidades de cada género, assim foram desenvolvidas as capacidades. “Os homens, caçadores, teriam de detectar e identificar possíveis predadores ou presas ao longe” lê-se. Já as mulheres estavam atentas a objectos próximos e quase sempre estáticos, daí conseguirem melhores resultados em identificação das cores.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Atividade física, ainda que tardia, ajuda a proteger o coração

Idosos em um asilo em Huai'an, província de Jiangsu, na China (AP)Um estudo britânico constatou que a prática regular de atividade física ajuda a proteger o coração, ainda que iniciada tardiamente, após os 40 ou 50 anos.

O trabalho, publicado na revista científica Circulation, constatou que pessoas que faziam as duas horas e meia de exercícios recomendadas apresentavam índices menores de marcadores inflamatórios em seu sangue.
Os marcadores inflamatórios são importantes porque, segundo os especialistas, sua presença em grandes quantidades foi associada a um aumento nos riscos de problemas cardiológicos.
A pesquisa contou com a participação de mais de 4 mil pessoas e foi conduzida por cientistas da University College London, em Londres.
A descoberta não é inédita, uma vez que outros estudos já comprovaram os imensos benefícios para a saúde dos exercícios físicos, porém pesquisadores puderam verificar a redução dos problemas cardíacos mesmo para aquelas pessoas que começam a praticá-los na meia-idade.
A boa notícia é de que não é preciso fazer exercícios pesados na academia - caminhadas vigorosas e até jardinagem já contam para preencher a cota de duas horas e meia de atividade moderada por semana, acrescentaram os especialistas.
A equipe explicou, no entanto, que o estudo se focou em indicadores de problemas cardíacos de maneira geral e não sobre doenças do coração específicas, e que são necessárias mais pesquisas sobre o assunto.
Além disso, o estudo se baseou em relatos dos próprios participantes sobre a quantidade de exercícios que fizeram. É sabido que as pessoas tendem a superestimar a quantidade de exercícios que fazem.

Mexa-se!

Os participantes que disseram ter praticado a quantidade recomendada de exercícios durante os dez anos de duração do estudo apresentaram os índices mais baixos de marcadores inflamatórios.
Até aqueles que disseram ter começado a fazer os exercícios bem depois dos 40 apresentaram melhorias. Eles tinham menores índices de marcadores inflamatórios do que os participantes que relataram nunca ter feito exercícios suficientes.
Os resultados se mantiveram mesmo quando os pesquisadores levaram em consideração outros fatores, como obesidade e o hábito de fumar.
"Deveríamos estar encorajando mais pessoas a ficar ativas", disse Mark Hamer, chefe do estudo. "Por exemplo, a andar em vez de pegar o ônibus. Você pode beneficiar sua saúde com atividades moderadas em qualquer momento da sua vida".

Quantidade Recomendada de Exercícios

Menores de 5 anos (assim que aprendem a andar sozinhos): 3 horas diárias
Dos 5 aos 18 anos: Pelos menos 1 hora de exercícios por dia (envolvendo exercícios moderados e atividade física intensa) e exercícios para fortalecer os músculos 3 vezes por semana
Adultos (incluindo pessoas acima dos 65): 2 horas e meia de atividade física (envolvendo exercícios moderados e atividade física intensa) e exercícios para fortalecer os músculos 2 vezes por semana
Fonte: Autoridades de Saúde Britânicas

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Estudo: Orgasmo ajuda a prevenir doenças físicas e mentais

«Uma sinfonia do cérebro» ou «um espectáculo de pirotecnia». Estes são alguns dos termos usados pelos cientistas para referirem-se à resposta do cérebro no momento do orgasmo. Mas embora o prazer proporcionado por essa sensação seja de conhecimento geral, quais são os benefícios para a saúde?

Magdalena Salamanca, psicanalista especializada em sexo que trabalha em Espanha, disse à BBC que a ausência do prazer sexual pode provocar doenças e transtornos mentais.
«É importante porque o orgasmo é a satisfação de um dos instintos mais importantes do ser humano, que é o sexual», diz.
Ela destacou ainda que muitos dos problemas de cunho social ou profissional estão vinculados à insatisfação sexual. «Por exemplo, a ansiedade é um dos transtornos mais relacionados com a ausência do orgasmo».
Além disso, a psicóloga Ana Luna disse que «fisiologicamente, a descarga de muitas tensões que o ser humano acumula produz-se através do orgasmo».

Há alguns meses, cientistas da Universidade de Rutgers, no Estado americano de Nova Jersey, determinaram que o orgasmo activa mais de 80 diferentes regiões do cérebro.
Utilizando imagens de ressonância magnética do cérebro de uma mulher de 54 anos enquanto tinha um orgasmo, os cientistas descobriram que no acto quase todo o cérebro se torna amarelo, o que indica que o órgão está praticamente todo activo.
Os níveis de oxigénio no cérebro também reflectem um espectro que vai desde o vermelho intenso até um amarelo claro, e isto tem um impacto em todo organismo.

«Há outros benefícios porque todo esse sangue oxigenado que flui pelo corpo chega aos sensores da pele e vai para todos os órgãos», diz a psicóloga Ana Luna.
Já Magdalena Salamanca destaca que a saúde física e psíquica estão muito vinculadas à satisfação sexual proporcionada pelo orgasmo, o que o estudo da Universidade Rutgers parece comprovar.
A pesquisa mostrou como a actividade cerebral iniciada pelo orgasmo propaga-se por todo o sistema límbico, relacionado com as emoções e a personalidade.
Por isso, psicólogos como Ana Luna acreditam que o orgasmo é uma parte essencial de uma personalidade sadia.
«Quando você não tem um orgasmo toda essa energia fica presa», diz a estudiosa, acrescentando que muitas vezes a ausência do prazer sexual torna a pessoa irritadiça, triste, rabugenta e até mesmo com dificuldades em sorrir.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Ministério determina uso de Tamiflu para H1N1

Os médicos brasileiros estão orientados pelo Ministério da Saúde a receitar o medicamento oseltamivir (Tamiflu) para todos pacientes com síndrome gripal, mesmo antes do resultado dos exames, em estados onde há grande circulação do vírus H1N1. Segundo informações do próprio ministério, já está comprovado que o medicamento reduz a evolução da doença para um quadro grave, se ministrado nas primeiras 48h.
De acordo com o Cadastro de Informações da Influenza, o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), até 29 de julho de 2012, cinco Estados registraram 223 das 254 mortes decorrentes da gripe H1N1. Na região Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul lidera o ranking ao lado de Goiás com sete mortes registradas.
Dados do Sinan mostram que 87,8% dos óbitos de 2012 foram registrados nos estados de Santa Catarina (72), São Paulo (53), Rio Grande do Sul (49), Paraná (33) e Minas Gerais (16). O maior número de mortes foi registrado entre os dias 17 e 23 de junho, quando 46 pessoas morreram.
O Ministério detectou uma redução significativa de óbitos, sendo que nas três semanas seguintes ao período de pico, o total caiu para 36, 28 e 18. Entretanto, como existem casos em investigação, os números devem sofre alterações nos próximos dias.
Mato Grosso do Sul e Goiás lideram ranking no Centro-Oeste
No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul aparece com cinco mortes registradas no Sinan, mas em dados atualizados a partir de informações da SES (Secretaria Estadual de Saúde), o Estado lidera o ranking ao lado de Goiás, com registro de sete mortes.
O sétimo caso foi registrado no dia 02 de agosto, com morte por complicações devido a doença, de Adriana Camilo Cintra, 28, que estava internada desde o início de julho no Hospital do Pênfigo. Somente de registros de casos, mais de cem já foram contabilizados no Estado.
Mortes de 2012 correspondem a 12,3 % dos casos registrados em pandemia de 2009
Apesar dos números elevados, dados do Ministério da Saúde mostram que o total de mortes em 2012, até o momento, corresponde a 12,3 % do total registrado durante a pandemia de 2009, na qual 2.060 pessoas morreram no país. Os cinco Estados que hoje lideram o ranking, também tiveram o maior número de casos naquele ano, concentrando 74% dos óbitos.
       

O alerta feito aos médicos é para que ministrem o oseltamivir (Tamiflu) o quanto antes, pois ele é mais eficaz nas primeiras 48 horas do surgimento dos sintomas, que são febre e tosse ou dor de garganta, além de dor de cabeça, nos músculos ou nas articulações. (Com informações da Agência Brasil)

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Distúrbios de Ansiedade

A ansiedade é considerada um distúrbio quando ela ocorre em momentos que não se justificam ou quando é tão intensa ou duradoura que acaba interferindo com as atividades normais do indivíduo. Os distúrbios de ansiedade são o tipo mais comum de distúrbios psiquiátricos.
O que é ansiedade ?
A ansiedade é um sinal de alerta, que permite ao indivíduo ficar atento a um perigo iminente e tomar as medidas necessárias para lidar com a ameaça. Portanto é um sentimento útil. Sem ela estaríamos vulneráveis aos perigos e ao desconhecido. É algo que está presente no desenvolvimento normal do ser humano, nas mudanças e nas experiências novas e inéditas. A ansiedade permite a um ator que estreará uma nova peça, ensaiar o suficiente para ter maior segurança e, conseqüentemente, menor ansiedade; ou então que um jovem se prepare demoradamente e até com vários detalhes irrelevantes para um encontro amoroso. Após algum tempo, a preparação para o encontro com uma antiga namorada se torna quase desnecessária, já que não há mais ansiedade.

Como surge a ansiedade?
A ansiedade pode surgir repentinamente, como no pânico, ou gradualmente, ao longo do tempo, que pode variar de minutos a dias. A duração da ansiedade pode variar de alguns segundos a anos e sua intensidade pode variar do muito leve ao gravíssimo. A ansiedade pode ser aumentada por um sentimento de vergonha: "Os outros notaram que estou nervoso". Alguns ficam surpresos ao notarem que os outros não perceberam sua ansiedade ou não notaram a sua intensidade.
Como é a ansiedade normal?
A ansiedade normal é uma sensação difusa, desagradável, de apreensão, acompanhada por várias sensações físicas: mal estar epigástrico, aperto no tórax, palpitações, sudorese excessiva, cefaléia, súbita necessidade de evacuar, inquietação etc. Os padrões individuais físicos de ansiedade variam amplamente. Alguns indivíduos apresentam apenas sintomas cardiovasculares, outros apenas sintomas gastrintestinais, há aqueles que apresentam apenas sudorese excessiva. A sensação de ansiedade pode ser dividida em dois componentes:
  1. a consciência de sensações físicas, e
  2. a consciência de estar nervoso ou amedrontado.

Quando a ansiedade é anormal?
A ansiedade anormal ou patológica é uma resposta inadequada a determinado estímulo, em virtude de sua intensidade ou duração. Diferentemente da ansiedade normal, a patológica paralisa o indivíduo, traz prejuízo ao seu bem estar e ao seu desempenho e não permite que ele se prepare e enfrente as situações ameaçadoras.

Qual a diferença entre medo e ansiedade?
A diferença entre medo e ansiedade é questão teórica. Como citado anteriormente, a ansiedade é uma sensação vaga e difusa que nos leva a enfrentar com sucesso as situações agradáveis ou não. Já o medo, que também é uma reação normal, difere da ansiedade porque é ligado a uma situação ou objeto específico que apresenta perigo, real ou imaginário, e nos leva a evitá-lo. Um exemplo é o medo de assalto. Todos evitamos as situações que possam nos deixar mais vulneráveis.

O que é a fobia?
A fobia envolve uma ansiedade persistente, intensa e irrealística, em resposta a uma situação específica, como por exemplo altura. A pessoa fóbica evita a situação que desencadeie a sua ansiedade ou suporta-a com grande sofrimento. Entretanto, ela reconhece que sua ansiedade é excessiva e consciente que tem um problema. Uma fobia é caracterizada por:
  1. Medo excessivo, imensurável de um objeto ou situação;
  2. Comportamento de esquiva em relação ao objeto temido;
  3. Grande ansiedade antecipatória quando próximo do objeto em questão; e
  4. Ausência de sintomas ansiosos quando longe da situação fóbica.

O que causa uma fobia ?
Existem diversas teorias para o aparecimento de uma fobia como a psicanalítica, a comportamental, a existencial e a biológica.
Segundo as teorias psicanalíticas, a fobia é um sinal para o ego de que um instinto inaceitável está exigindo representação e descargas conscientes (sintomas de ansiedade ou fobias). A ansiedade desperta o ego para que tome medidas defensivas contra as pressões interiores. Se a repressão não for bem sucedida, outros mecanismos psicológicos de defesa podem resultar em formação de sintomas.
Segundo as teorias comportamentais, a fobia é uma resposta condicionada a estímulos ambientais específicos. Uma pessoa pode aprender a ter uma resposta interna de ansiedade após uma experiência negativa ou imitando respostas ansiosas de seu meio social. A teoria cognitiva da fobia sugere que padrões de pensamentos incorretos, distorcidos, incapacitantes ou contra-producentes acompanham ou precedem os comportamentos desadaptados. Os pacientes que sofrem de fobia tendem a superestimar o grau e a probabilidade de perigo em uma determinada situação e a subestimar suas capacidades para lidar com ameaças percebidas ao seu bem-estar físico ou psicológico.
De acordo com as teorias existenciais, as pessoas ficam fóbicas ao se tornarem conscientes de um profundo vazio em suas vidas. A ansiedade é a resposta a este imenso vazio de existência e significado.
Pelas teorias biológicas, a fobia é definida como uma função mental e essas teorias criam hipóteses para sua representação cerebral. Essas teorias são baseadas em medições objetivas que comparam a função cerebral de pessoas normais com indivíduos com fobias, principalmente através do uso de medicamentos ansiolíticos (tranqüilizantes). É possível que certas pessoas sejam mais suscetíveis ao desenvolvimento de um transtorno de ansiedade, com base em uma sensibilidade biológica. Os três principais neurotransmissores associados às fobias são a noradrenalida, o ácido gama-aminobutírico (GABA) e a serotonina.

Quais são os principais distúrbios de ansiedade?
Os principais distúrbios de ansiedade são: ansiedade generalizada, ansiedade induzida por drogas ou problemas médicos, ataque de pânico, distúrbio do pânico, distúrbios fóbicos (agorafobia, fobia social, fobia generalizada etc.), transtorno obsessivo-compulsivo.

O que é o distúrbio de ansiedade generalizada?
O distúrbio de ansiedade generalizada é a ansiedade e preocupação excessiva, quase que diária, sobre uma série de atividades ou eventos, e que dura 6 meses ou mais. A ansiedade e a preocupação são intensas e de difícil controle, desproporcionais à situação e podem ser sobre as mais diversas questões como dinheiro, saúde etc. Nesse distúrbio, pelo menos três dos seguintes sintomas estão presentes: inquietação, fatiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular e sono de má qualidade. O tratamento é realizado com a a associação de medicamentos (antidepressivos ou benzodiazepínicos) e psicoterapia comportamental.

O que é a ansiedade induzida por drogas ou doenças?
Neste distúrbio, a ansiedade é decorrente de problemas médicos ou uso de drogas lícitas ou ilícitas. As doenças que podem causar ansiedade são: infecções cerebrais, doenças do labirinto, distúrbios cardiovasculares (insuficiência cardíaca, arritmias), distúrbios endócrinos (hiper-atividade das glândulas tireóide ou supra-renal) e distúrbios respiratórios (asma, doença obstrutiva crônica do pulmão). Entre as drogas que podem causar ansiedade têm-se: álcool, cafeína, cocaína e diversas drogas medicamentosas. A ansiedade também pode ser causada quando se para de tomar determinados medicamentos ou drogas ilícitas.

Quais são os principais distúrbios fóbicos?
Os principias disturbios fóbicos são agorafogia, transtorno do estresse pós traumático, fobia social, fobias específicas.

O que é a agorafobia?
O termo "agorafobia" significa medo de lugares abertos. Na prática clínica designa medo de sair de casa ou de situações onde o socorro imediato não é possível. O termo, portanto, refere-se a um grupamento inter-relacionado e freqüentemente sobreposto de fobias que abrangem o medo de sair de casa, medo de entrar em lugares fechados (aviões, elevadores, cinemas etc.) multidões, lugares públicos, permanecer em uma fila, viajar de ônibus, trem ou automóvel, de se distanciar de casa e de estar só em uma destas situações. A agorafobia é uma complicação freqüente no transtorno de pânico, onde todas as situações temidas têm em comum o medo de passar mal e não ter socorro fácil ou imediato.

O que é a fobia social ou transtorno de ansiedade social?
A fobia social é o medo patológico de comer, beber, tremer, enrubescer, falar, escrever, enfim, de agir de forma ridícula na presença de outras pessoas. Uma característica importante da fobia social é a ansiedade antecipatória e o sofrimento durante a exposição.

O que são fobias específicas?
São fobias restritas a situações altamente específicas, como determinados animais, altura, trovão, escuro, espaços fechados, visão de sangue ou medo de exposição a doenças específicas. Apesar de a situação temida ser limitada, a iminência ou o contato com ela pode provocar um ataque de ansiedade aguda. Fobias específcias surgem na infância e podem persistir por toda a vida se permanecerem sem tratamento, como ocorre na maioria dos casos. O tratamento indicado é a terapia comportamental, com uso de técnicas como a dessensibilização ou "flooding", associadas a técnicas de relaxamento. Em alguns casos, o uso de benzodiazepínicos, por período limitado, pode ser útil.

O que é o Transtorno de Estresse Pós-Traumático?
É um distúrbio de ansiedade que se desenvolve em pessoas que experimentaram estresse físico ou emocional de magnitude suficientemente traumática para um ser humano comum.
As principais características deste distúrbio são:
  1. a re-experiência do trauma através de sonhos e pensamentos em vigília ("flash back");
  2. torpor emocional para outras experiências relacionadas; e
  3. sintomas físicos de ansiedade, depressão e dificuldades cognitivas.
A ansiedade e depressão estão comumente associadas e a ideação suicida pode ocorrer. Como exemplo, há as experiências de guerra, catástrofes naturais, estupro, acidentes sérios etc. Fatores predisponentes, como traços de personalidade ou presença de outros transtornos mentais, podem facilitar o aparecimento do transtorno ou agravar o seu curso, mas não são necessários nem suficientes para explicar a sua ocorrência. O início do quadro segue o trauma com um período de latência que pode variar de poucas semanas a meses, raramente excedendo a 6 meses. O curso é flutuante e a recuperação ocorre na maioria dos casos. O tratamento com psicoterapia de orientação psicanalítica, terapia cognitiva e a associação a psicofármacos, ansiolíticos ou antidepressivos, conforme a síndrome predominante, parecem trazer bons resultados.

O que é o transtorno-obsessivo compulsivo?
O Transtorno Obsessivo Compulsivo, ou simplesmente TOC, é uma doença crônica caracterizada pela presença involuntária e intrusiva de obsessões e/ou compulsões. Obsessões são pensamentos, sentimentos, idéias, impulsos ou representações mentais vividos como intrusos e sem significado particular para o indivíduo. As obsessões mais comuns são as de limpeza e contaminação (por sujeira e doenças), verificação, escrupulosidade (moralidade), religiosas e sexuais.

Dr. Antonio Egidio Nardi

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