De acordo com estudo, cão diagnosticou amostras cancerígenas com 95% de precisão
Um estudo publicado nesta segunda-feira (31) no site da revista médica
"British Medical Journal - BMJ" aponta que os cachorros são capazes de
detectar câncer de intestino pelo olfato com grande nível de precisão,
embora a doença precise estar na fase inicial.
Com base nas pesquisas, os autores revelam a existência de
componentes químicos correspondentes aos tipos de câncer específicos que
circulam pelo corpo humano e que um cão é capaz de farejar.
Isto abriria, conforme uma equipe de analistas do Departamento de
Cirurgia da Universidade de Kyushu, no Japão, a possibilidade de
desenvolver testes para detectar a doença antes de alcançar outras
partes do corpo.
Para chegar a esta descoberta, foi feita uma experiência com um
cachorro labrador adestrado, que realizou durante vários meses testes de
olfato entre os quais o de farejar mostras de sedimentos dos
participantes.
As mostras pertenciam a 48 pessoas diagnosticadas com câncer de
intestino e a 258 voluntários que não tinham a doença ou haviam tido
câncer no passado.
Aproximadamente metade das amostras de voluntários procedia de
pessoas com pólipos de intestino que, embora benignos, são considerados
precursores de câncer de intestino.
Em 6% dos testes, uma de cada dez das mostras de sedimentos procede
de pessoas afetadas com outros problemas intestinais, como doenças
inflamatórias do intestino, úlceras, diverticulite e apendicites.
As de câncer de intestino foram extraídas de pacientes que padeciam
de vários níveis da doença, entre os quais nas fases iniciais.
O cachorro identificou com sucesso quais eram cancerígenas, e quais
não eram, em 33 de 36 testes e em 37 de 38 verificações a partir de
sedimentos, com as maiores taxas de detecção entre as extraídas das
pessoas que tinham a doença na fase inicial.
Isto equivale, segundo o estudo, a 95% de precisão, em geral, para as
mostras e 98% no caso das dos sedimentos, frente aos resultados obtidos
pelas colonoscopias convencionais.
Os analistas indicaram que no caso das mostras de fumantes e pessoas
com outro tipo de problemas, nos quais poderia pensar que esses fatores
interfeririam ou poderiam mascarar outros cheiros, não representaram
nenhum problema para o cachorro.
O estudo mostrou que existem cheiros específicos discerníveis
exalados pelas células cancerígenas do corpo, uma teoria apoiada por
outras pesquisas que apontam os cachorros como capazes de farejar câncer
de bexiga, pele, pulmão, mama e ovário.
Os autores admitem que a utilização de cachorros para detecção de
câncer é pouco prática e cara. Eles acreditam que essa descoberta abre
caminho para desenvolver um sensor capaz identificar componentes
específicos.
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