domingo, 27 de maio de 2012

Ciência e Saúde (Descobertas)

Estudo descobre molécula que traz novas esperanças para o tratamento de câncer
Artigo de equipe inglesa que divulga a descoberta saiu na revista científica Nature. Professor da UnB é um dos colaboradores

Artigo publicado no início de janeiro na versão online da revista Nature - publicação de maior prestígio científico do mundo - divulgou a descoberta que pode revolucionar o tratamento de câncer e outras doenças metabólicas. A equipe chefiada pelo pesquisador John Schwabe, da Universidade de Leicester, Inglaterra, descobriu que uma molécula presente no núcleo de células humanas é responsável por modular a atividade da enzima HDAC3, importante para a  regulação dos genes. O estudo teve a participação do pesquisador Guilherme Santos, do departamento de Farmácia da UnB.
Guilherme passou a integrar o estudo conduzido pelo pesquisador inglês, em 2005, como parte do seu treinamento de pós-doutorado. Na época, o Schwabe desenvolvia suas pesquisas no Laboratório de Biologia Molecular do Medical Research Concil, em Cambridge. Desse laboratório saíram 13 ganhadores de prêmio Nobel, incluindo Watson e Crick, descobridores da dupla hélice do DNA.
“Meu objetivo era dar continuidade a meu treinamento cientifico focado em estudos estruturais de receptores nucleares”, recorda Guilherme. “Quando iniciamos este projeto, não tínhamos ideia da existência desta molécula no complexo de proteínas que estávamos estudando – que incluia a enzima HDAC3”. Guilherme teve participação essencial nos primeiros passos da pesquisa. “Consegui colocar o projeto em andamento e mostrar que era possível fazer”. (Veja glossário com os principais termos no final da matéria)
RAIO X - A cristalografia é uma das principais técnicas utilizadas para os estudos estruturais e aplicadas no estudo. “Nós cristalizamos a proteína de interesse para facilitar o estudo de sua estrutura”, explica Guilherme. Em seguida, a molécula passa por um feixe de raios X em um síncroton, um acelerador de partículas que serve para determinar a posição exata dos átomos dentro das moléculas. O uso da técnica na enzima HDAC3 revelou que a molécula IP4 funciona como uma “supercola intermolecular” entre a HDAC3 e a proteína SMRT - que regula a atividade da HDAC3 - inibindo ou ativando a enzima.

A HDAC3 é responsável pela produção de novas proteínas por meio da regulação da expressão gênica – que converte as informações do código genético em proteínas essenciais para a célula. “Ela é importante porque atua no fechamento da cromatina”, diz Guilherme. A cromatina é a estrutura molecular onde o DNA fica compactado, para que a produção de novas proteínas aconteça ela precisa estar aberta. Atuar na IP4 é uma forma de controlar a atividade da HDAC3.
Segundo Guilherme, esta descoberta é um grande avanço na compreensão do metabolismo celular e abre novas perspectivas para o tratamento do câncer. “Atualmente as drogas existentes no mercado não são muito específicas e acabam influenciando na atividade de outras enzimas, gerando efeitos colaterais”, explica.
Isso acontece porque as drogas utilizadas na clinica atuam no sitio catalítico da enzima – espécie de cavidade na superfície da enzima onde ocorrem as reações enzimáticas. Essa cavidade é muito parecida com as encontradas em outras enzimas HDACs. “Agora temos um alvo mais específico para a produção de novos medicamentos”. Uma das hipóteses dos pesquisadores é que essas drogas poderão fazer com que uma célula cancerígena se comporte de uma forma similar a uma célula normal. "Nesse caso poderíamos fazer com que elas se multiplicassem menos", exemplifica.
EXCELÊNCIA - De volta a UnB desde 2011, a experiência que o pesquisador trouxe das pesquisas no exterior vai contribuir significativamente nos estudos desenvolvidos por aqui. “Para nós será um salto, ninguém no Brasil domina os estudos estruturais da cromatina”, revela o professor Francisco de Assis Rocha Neves, coordenador do Laboratório de Farmacologia Molecular (FarMol). “Os conhecimentos dele vão completar um dos campos de excelência do laboratório, que é a regulação da transcrição por meio de receptores nucleares – processo relacionado com a expressão gênica”.
Francisco foi orientador de Guilherme tanto no mestrado quanto no doutorado sanduíche, realizado parcialmente na Universidade de Cergy-Pontoise, da França. Em boa parte desse período Guilherme desenvolveu estudos no FarMol. “Ele é um exemplo de alguém que soube aproveitar as oportunidades para construir uma carreira científica sólida”, elogia.

10 comidas não saudáveis e você pensa que é

Eu sempre arranjo uma desculpa para comer aquilo que eu gosto – e, diga-se de passagem, comer é a melhor coisa que existe, então eu acho que estamos certos em nos fazer felizes de vez em quando comendo aquela porcaria deliciosa. Afinal, ser feliz também é saudável, não?
Mas, ao mesmo tempo, temos que cuidar do nosso corpo. Às vezes, você pode estar exagerando em algo porque acha que não faz tão mal assim, e a informação é a melhor amiga da saúde. Confira 10 comidas que você pode pensar que são saudáveis, mas não são:

10 – Óleos vegetais
Como aprendemos na aula de química, a gordura é supostamente mais saudável quanto mais líquida, e porque os óleos vegetais são feitos de plantas, as pessoas costumam acreditar que eles são saudáveis.
Nem todos. O que a maioria das pessoas esquece é que até a manteiga comum pode ser líquida, se for um pouco aquecida. O óleo usado para a fritura em restaurantes de fast food é mais comumente óleo de palma (óleo de dendém ou azeite de palma), um óleo quase puramente saturado (insalubre). Ele é semissólido à temperatura ambiente, mas fica, obviamente, líquido quando aquecido e usado para fritar, embora certamente não seja saudável.
Se um outro óleo mais saudável, insaturado, fosse escolhido, a comida não seria tão ruim (batatas de boa qualidade em óleo insaturado poderiam até fazer bem). Mas qual é mais barato? É lógico que o não saudável.
E as empresas de fast food tendem a se preocuparem mais com o dinheiro do que com sua saúde.
Mas em casa você pode fazer algo por seu bem-estar: um estudo demonstrou que a ingestão regular de alimentos fritos não provoca ataques cardíacos, contanto que você use azeite de oliva ou óleo de girassol para fritá-los.
9 – Massas
Você provavelmente já sabia que massa engorda, mas sabia também que não é saudável? Embora existam infinitas variações dessa comida e, portanto, variações saudáveis também, o macarrão típico que você compra no mercado (espaguete, macarrão instantâneo, etc), pelo menos no mundo ocidental, é apenas farinha de trigo branco, misturado com água e ovos (embora a pequena percentagem de ovo não contribua muito para o valor nutricional da massa).
Isso mesmo: não tem vitaminas, minerais, nem fibras. Nada, exceto carboidratos em forma de pasta, que viram quilos em você. E só para piorar as coisas, massas de fast food, por exemplo de comida chinesa, muitas vezes contêm muito sal, misturado com gordura não saudável. Que beleza!
8 – Pão branco
O pão branco é uma massa com forma de pão. Tem gente que acha que todos os tipos de pão são bons para saúde. A variação branca não é.
7 – Sopas prontas
Sabe aqueles saquinhos com pó que você mistura com água para fazer sopa? Sem querer insultar sua inteligência, mas aquilo é totalmente insalubre. Por ser sopa, algumas pessoas podem pensar que é melhor do que realmente é, mas não. É péssimo. Como qualquer comida industrializada, quando você come a sopa, come/bebe água, leite, manteiga e qualquer outra coisa com que você misturou o pó, junto com muito sal e conservantes.
Esse monte de sal é muitas vezes ignorado como um fator de risco em alimentos, mas é super perigoso. O sal é um dos principais contribuintes para doenças cardíacas. Ele tem que ser excretado do corpo, um trabalho dos rins, mas que aumenta a pressão arterial quanto mais sal a gente consome e ele tem que excretar. E pressão arterial elevada não é boa. Não mesmo.
6 – Ketchup
Não deixe propagandas dizendo quantos milhões de tomates tem em tal ketchup te enganar. Ainda é uma comida industrializada, portanto menos saudável do que comer de fato um tomate. Apesar de conter o antioxidante licopeno (encontrado no tomate, que reduz riscos de mutações no seu corpo, e de desenvolver doenças como câncer), ketchup contém muito açúcar e muito sal. A maioria dos ketchups à venda é processada e não orgânica, de modo que os níveis de licopeno são muito mais baixos em comparação com tomates frescos e orgânicos. Repito: não se deixe enganar.
5 – Refrigerante diet
Você provavelmente sabia que refrigerante não é saudável, mesmo diet, mas você sabia o quanto pode ser ruim?
Claro que os estudos científicos nesse tema são controversos. Mesmo assim, muitas pesquisas feitas descobriram diversas desvantagens do refri diet. Algumas dizem que ele proporciona ganho de peso considerável em seus bebedores, outra diz que ele estimula o apetite, de modo que você “come de volta” mais calorias do que perde bebendo um refrigerante diet do que uma versão açucarada. Diversos estudos em animais também sugeriram que os adoçantes artificiais utilizados no refri diet podem causar ganho de peso e aumentar o risco de certos tipos de câncer. Veja mais razões para não tomar refrigerante, diet ou não, aqui.
4 – Queijo processado
Queijo já não é muito saudável em si (dependendo do tipo), mas queijo processado, também conhecido como queijo fundido ou queijo processado pasteurizado é extremamente pior.
Sabe aquele queijo super amarelo delicioso derretido dos hambúrgueres de fast food? Aquele que você nunca conseguiu reproduzir em casa? Nem queira. O queijo processado ou queijo americano (que na verdade não cumpre os requisitos para ser chamado de queijo, de tão industrializado), tem tanto sal que nem é vendido em certos países, como a Noruega. Estudos também indicam que o queijo dos hambúrgueres de fast food tem tanto sal que fazem você ultrapassar a ingestão diária recomendada.
3 – Molho de soja
Ao contrário de muitos outros produtos de soja, o molho de soja não contém certos antioxidantes conhecidos como isoflavonas, mas o nível de antioxidantes nele continua tão alto que o molho é frequentemente visto como saudável. No lado negativo, no entanto, o molho de soja contém quantidades muito elevadas de sal.
Houve também vários estudos que mostram que há muitas substâncias químicas conhecidas por aumentar os riscos de certos tipos de câncer no molho de soja. Felizmente, depois de regulamentos rigorosos desses produtos químicos e do conhecimento dos perigos associados ao sal elevado, há agora vários tipos de molhos de soja com pouco sódio, livres de produtos químicos perigosos. Infelizmente, como acontece com a maioria das variantes saudáveis de alimentos , não são tão saborosos quanto o molho “porcaria”.
2 – Amendoim
Nozes são geralmente saudáveis. A maioria tem vitaminas, minerais, fibras e outras coisas boas para a saúde. Amendoim não é uma exceção horrível, mas pode não ser tão bom quanto os outros tipos de nozes.
A maioria dos amendoins vendidos no mercado vem cheios de sal, e muitas vezes são torrados e revestidos em gorduras não saudáveis. Mas as nozes em si são saudáveis, não? Talvez. Claro que elas têm os benefícios de vitaminas e minerais, mas os amendoins também contem uma grande quantidade do tipo de ácidos graxos insaturados, conhecidos como ômega-6 (em oposição aos ácidos ômega-3).
É um fato científico que uma ingestão de alimentos com ômega distorcido (taxa de ômega-6:ômega-3 a favor da versão 6) aumenta o risco de muitas doenças comuns, como diabetes e Alzheimer. A proporção deve ser de 1:1, mas a dieta americana, por exemplo, varia 1:20 a 1:50, a favor do ômega-6.
Amendoins devem ser consumidos em quantidade limitada, e como a natureza os fez: crus e sem sal.
1 – Sucos de frutas
Essa discussão é controversa, porque tem pessoas que acreditam que o suco de fruta é tão saudável que o substitui por qualquer fruta em sua dieta. É verdade que o suco de fruta contém uma grande quantidade de vitaminas, mas a um grande custo, já que (pelo menos os industrializados) vem cheios de açúcar e às vezes tem sua polpa removida. A polpa das frutas fornece fibras essenciais que podem ser consideradas um contrapeso para todo o açúcar natural contido no fruto. Se você quiser tomar suco, esqueça os industriais, faça seu suco em casa, e tente não colocar mais açúcar do que a fruta já tem. Mas o melhor mesmo é comer uma fruta crua

Por Natasha Romanzoti

sábado, 26 de maio de 2012

Cesáreas aumentam o risco de obesidade infantil

O parto ocorrido de forma cesariana pode aumentar em até dias vezes o risco desses bebês se desenvolverem e crescerem crianças obesas já aos três anos de idade. A novidade foi divulgada através deum levantamento realizado nos Estados Unidos, divulgado na revista pediátrica “Archives of Disease in Childhood” (em tradução livre, “Arquivos de Doenças na Infância”), ainda nesta quinta feira (24).
O causador seria a diferença de bactérias existente no intestino dos bebês, que são adquiridas no parto cesáreo ou no normal. Mais de mil e duzentos bebês foram avaliados pela equipe, em diferentes oito maternidades de Massachusets, entre os anos de 1999 e 2002. Um quarto deste total, cerca de 280, nasceu através de cesareana e o restante por parto normal.

Resultados

Do grupo que nasceu por cesárea, mais de quinze por cento eram considerados obesos já aos três anos. Isso representa mais que o dobro do índice dos que nasceram por parto normal, 7,5%.
Segundo os médicos informaram, mães que realizaram o parto cesárea continham, em média, mais peso que as outras, resultando que, seus bebês eram também os mais pesados ao nascer. Mesmo que amamentava por menos tempo, a tendência a obesidade foi mantida.
De acordo com a equipe de médicos responsável pelo levantamento, do Hospital Infantil de Boston, a diferença está nas bactérias. Os bebês que nascem através de parto normal adquirem bactérias do gênero Bacteroides da mãe, microorganismos essenciais para uma boa digestão dos alimentos.
Entretanto, quem nasceu por cesárea, além de terem menos Bacteroides, ainda apresentam mais bactérias do gênero Firmicutes, ligadas à obesidade por expandir a energia que se extrai dos alimentos. Ela ainda causa uma inflamação que piora a regulação da absorção de açúcar.
Além da obesidade infantil, a cesárea também está relacionada a maior risco de desenvolver asma e rinite alérgica, como foi apontado em estudos anteriores.

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