quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Cães identificam câncer de intestino em fase inicial

De acordo com estudo, cão diagnosticou amostras cancerígenas com 95% de precisão



Mais do que pegar a bola: estudo mostrou que cães são capazes de farejar câncer


Um estudo publicado nesta segunda-feira (31) no site da revista médica "British Medical Journal - BMJ" aponta que os cachorros são capazes de detectar câncer de intestino pelo olfato com grande nível de precisão, embora a doença precise estar na fase inicial.

Com base nas pesquisas, os autores revelam a existência de componentes químicos correspondentes aos tipos de câncer específicos que circulam pelo corpo humano e que um cão é capaz de farejar.

Isto abriria, conforme uma equipe de analistas do Departamento de Cirurgia da Universidade de Kyushu, no Japão, a possibilidade de desenvolver testes para detectar a doença antes de alcançar outras partes do corpo.

Para chegar a esta descoberta, foi feita uma experiência com um cachorro labrador adestrado, que realizou durante vários meses testes de olfato entre os quais o de farejar mostras de sedimentos dos participantes.

As mostras pertenciam a 48 pessoas diagnosticadas com câncer de intestino e a 258 voluntários que não tinham a doença ou haviam tido câncer no passado.

Aproximadamente metade das amostras de voluntários procedia de pessoas com pólipos de intestino que, embora benignos, são considerados precursores de câncer de intestino.

Em 6% dos testes, uma de cada dez das mostras de sedimentos procede de pessoas afetadas com outros problemas intestinais, como doenças inflamatórias do intestino, úlceras, diverticulite e apendicites.

As de câncer de intestino foram extraídas de pacientes que padeciam de vários níveis da doença, entre os quais nas fases iniciais.

O cachorro identificou com sucesso quais eram cancerígenas, e quais não eram, em 33 de 36 testes e em 37 de 38 verificações a partir de sedimentos, com as maiores taxas de detecção entre as extraídas das pessoas que tinham a doença na fase inicial.

Isto equivale, segundo o estudo, a 95% de precisão, em geral, para as mostras e 98% no caso das dos sedimentos, frente aos resultados obtidos pelas colonoscopias convencionais.

Os analistas indicaram que no caso das mostras de fumantes e pessoas com outro tipo de problemas, nos quais poderia pensar que esses fatores interfeririam ou poderiam mascarar outros cheiros, não representaram nenhum problema para o cachorro.

O estudo mostrou que existem cheiros específicos discerníveis exalados pelas células cancerígenas do corpo, uma teoria apoiada por outras pesquisas que apontam os cachorros como capazes de farejar câncer de bexiga, pele, pulmão, mama e ovário.

Os autores admitem que a utilização de cachorros para detecção de câncer é pouco prática e cara. Eles acreditam que essa descoberta abre caminho para desenvolver um sensor capaz identificar componentes específicos.

Ansiedade acelera progresso do câncer

Estudo feito em camundongos mostrou que animais ansiosos tiveram mais tumores e foram os únicos que desenvolveram formas invasivas.

Pesquisadores da Universidade de Stanford descobriram que a ansiedade pode piorar a evolução do câncer. Em seu estudo, os cientistas verificaram que camundongos ansiosos desenvolveram mais tumores que os tranquilos por apresentarem decréscimo de imunidade. Análises anteriores já haviam relacionado o estresse crônico ao aumento do risco de câncer e de outras doenças, mas este é o primeiro a ligar biologicamente traços de personalidade como a alta ansiedade ao câncer.

“A descoberta é importante, pois se o diagnóstico de qualquer doença já gera ansiedade, mais aflito o paciente vai ficar caso saiba que a ansiedade é perigosa”, afirmou ao iG Firdaus Dhabhar, autor do estudo publicado no periódico científico PLoS ONE. Camundongos ansiosos mostraram que além de terem altos níveis do hormônio do estresse, a corticosterona, também apresentavam quantidades menores das chamadas células T, que atuam contra o câncer.

Dhabhar adverte que ainda são necessários mais estudos para que analisar a relação entre ansiedade e a progressão do câncer em humanos. “O diagnóstico de câncer já é ruim o suficiente para gerar estresse e ansiedade e o nosso estudo sugere que a ansiedade pode acelerar a progressão da doença, o que pode acabar criando um círculo vicioso”, disse. Para o pesquisador, o objetivo da pesquisa é tentar amenizar ou eliminar os efeitos da ansiedade e do estresse crônico no momento do diagnóstico ou durante o tratamento.

Como assim rato ansioso?

Entende-se por camundongos ansiosos aqueles que não se saíram muito bem em testes que mediam o comportamento em motivações conflitivas como a dúvida entre a necessidade de explorar para encontrar comida e parceiros e a necessidade de segurança.

Para descobrir o grau de ansiedade dos camundongos, a equipe colocou os animais em canaletas em forma de cruz, onde um caminho tinha paredes abertas e no outro fechado. A ideia era medir a frequência com que os camundongo se aventuravam para o lado aberto. “É provável que um camundongo com alta ansiedade passe mais tempo na segurança do escuro, onde, na natureza, seria menos provável ser descoberto por predadores”, explicou Dhabhar.

Depois de determinados quais camundongos eram ansiosos e quais não eram, os animais foram expostos animais a raios ultravioleta por 10 minutos, três vezes por semana ao longo de 70 dias, o que causaria câncer de pele nas cobaias. Quase todos os camundongos desenvolveram câncer de pele, porém os ansiosos, com sistema imune mais fraco, tiveram mais tumores e foram os únicos que desenvolveram formas invasivas de câncer.

Nova molécula abre caminho para tratamentos contra câncer

Substância impede movimento e multiplicação das células cancerígenas, em especial as resistentes a tratamentos tradicionais de quimioterapia, disseram pesquisadores franceses.

Uma nova molécula anticancerígena e antimetástase que abre caminhos para novos tratamentos alternativos contra o câncer acaba de ser descoberta por uma equipe internacional de pesquisadores.

A molécula, batizada de "Liminib", impede o movimento e a multiplicação das células cancerígenas, em particular as resistentes a tratamentos de quimioterapia, explicou nesta terça-feira (28) o Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS) em comunicado.


A principal característica da "Liminib", resultado de uma década de trabalho e testes em mais de 30 mil moléculas, é sua capacidade de inibir a enzima quinase, cuja presença excessiva favorece a multiplicação das células e propagação do câncer.

Esta enzima regula a dinâmica do esqueleto interno da célula, formado por uma rede de fibras cujos filamentos permitem ela se movimentar e reproduzir.

A molécula "Liminib" estabiliza e bloqueia essa rede de fibras, impedindo que sua multiplicação. Os resultados de um estudo piloto, realizado em ratos, são "encorajadores", segundo o CNRS, que participou da pesquisa junto a outras instituições francesas e cientistas da Austrália e do Reino Unido.

No estudo, ficou constatado que a nova descoberta "não tem apenas boa eficácia, mas que os animais tratados apresentaram boa tolêrância à substância".


 

Transgênicos aumentam em até três vezes ocorrência de câncer em ratos

Estudo revelou que ratos alimentados com milho geneticamente modificado morreram mais rápido. Cientistas afirmam que resultados de pesquisa são alarmantes.

No estudo, 200 ratos foram alimentados durante dois anos com três tipos diferentes de milho

Os ratos alimentados com organismos geneticamente modificados (OGM) morrem antes e sofrem de câncer com mais frequência do que os demais, destaca um estudo publicado nesta quarta-feira (19) pela revista "Food and Chemical Toxicology", que considera os resultados "alarmantes".

"Os resultados são alarmantes. Observamos, por exemplo, uma mortalidade duas ou três vezes maior entre as fêmeas tratadas com OGM. Há entre duas e três vezes mais tumores nos ratos tratados dos dois sexos", explicou Gilles-Eric Seralini, professor da Universidade de Caen, que coordenou o estudo.

Para realizar a pesquisa, 200 ratos foram alimentados durante um prazo máximo de dois anos de três maneiras distintas: apenas com milho OGM NK603, com milho OGM NK603 tratado com Roundup (o herbicida mais utilizado do mundo) e com milho não alterado geneticamente tratado com Roundup.

Os dois produtos (o milho NK603 e o herbicida) são propriedade do grupo americano Monsanto.

Durante o estudo, o milho fazia parte de uma dieta equilibrada, em proporções equivalentes ao regime alimentar nos Estados Unidos.
"Os resultados revelam uma mortalidade muito mais rápida e maior durante o consumo dos dois produtos", afirmou Seralini, cientista que integra ou integrou comissões oficiais sobre os alimentos transgênicos em 30 países.
"O primeiro rato macho alimentado com OGM morreu um ano antes do rato indicador (que não se alimenta com OGM), enquanto a primeira fêmea, oito meses antes. No 17º mês foram observados cinco vezes mais machos mortos alimentados com 11% de milho (OGM)", explica o cientista.

Os tumores aparecem nos machos até 600 dias antes de surgirem nos ratos indicadores (na pele e nos rins). No caso das fêmeas (tumores nas glândulas mamárias), aparecem, em média, 94 dias antes naquelas alimentadas com transgênicos.

Os pesquisadores descobriram que 93% dos tumores das fêmeas são mamários, enquanto que a maioria dos machos morreu por problemas hepáticos ou renais.

O artigo da "Food and Chemical Toxicology" mostra imagens de ratos com tumores maiores do que bolas de pingue-pongue.

"Com uma pequena dose de Roundup, que corresponde à quantidade que se pode encontrar na Bretanha (norte da França) durante a época em que se espalha este produto, são observados 2,5 vezes mais tumores mamários do que é normal", explica Seralini.

O diretor do estudo disse ainda que os transgênicos agrícolas são organismos modificados para resistir aos pesticidas ou para produzi-los e lembrou que 100% dos transgênicos cultivados em grande escala em 2011 foram plantas com pesticidas.

"Pela primeira vez no mundo, um OGM e um pesticida foram estudados por seu impacto na saúde a mais longo prazo do que haviam feito até agora as agências de saúde, os governos e as indústrias", disse o coordenador do estudo.

Segundo Seralini, os efeitos do milho NK603 só foram analisados até agora em períodos de três meses. Alguns transgênicos já foram analisados durante três anos, mas nunca até agora com uma análise em tal profundidade, segundo o cientista.

Também é a primeira vez, segundo Seralini, que o pesticida Roundup foi analisado em longo prazo. Até agora, somente seu princípio ativo (sem seus coadjuvantes) havia sido analisado durante mais de seis meses.

"São os melhores testes que podem ser realizados antes dos testes em humanos", explicou ainda.
O estudo foi financiado pela Fundação CERES, bancada em parte por cerca de 50 empresas, algumas delas do setor da alimentação que não produzem OMG, assim como pela Fundação Charles Leopold Meyer pelo Progresso da Humanidade.

 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Conexões Neurais


Cientistas criam modelo que reproduz conexões neurais de um rato

Um grupo de pesquisadores reconstruiu em um modelo informático uma parte do córtex cerebral de um rato identificando as conexões entre os neurônios, um avanço considerado fundamental para entender o funcionamento do cérebro dos mamíferos, segundo um estudo divulgado esta semana.

"É um grande avanço, já que sem isso seriam necessárias décadas ou, inclusive, séculos para determinar o lugar de cada sinapse (conexões entre os neurônios) no cérebro", explicou Henry Markram, diretor do projeto batizado de Blue Brain, da Escola Politécnica de Laussane, Suíça.

"A partir de agora será muito mais fácil construir modelos informáticos precisos", acrescentou o pesquisador, cujo trabalho foi publicado na revista PNAS, em sua edição de 17 de setembro. O objetivo do projeto, iniciado em 2005, é construir um cérebro virtual de um mamífero até 2018.

Um dos grandes desafios da neurociência é construir uma mapa de sinapses entre os neurônios, um projeto que foi denominado Connectome e que permitirá explicar os fluxos de informação do cérebro, o que é considerado uma espécie de Santo Graal da pesquisa neste campo.

O cérebro humano conta com centenas de milhares de neurônios e um número muito maior de sinapses. Para reconstruir virtualmente em três dimensões um microcircuito do córtex cerebral do rato, os cientistas usaram dados obtidos durante 20 anos em amostras do tecido cerebral, nas quais foram determinadas a forma e as propriedades elétrica dos diferentes neurônios, as células do sistema nervoso cerebral.

Os pesquisadores traduziram, utilizando um supercomputador da IBM conhecido como Blue Gene, todas as propriedades biológicas para dados matemáticos para realizar assim um modelo de 10 mil neurônios conectados entre si, com 30 milhões de sinapses e vários quilômetros de fibras. Dessa forma, constataram que a distribuição das sinapses virtuais do estudo correspondiam a de 75 a 95% do real no caso dos ratos, o que valida seu modelo.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Estudo identifica moléculas que formam memórias de longo prazo

Cérebro visto como uma grade curvada, em imagem feira por estudo publicado nesta quinta (29) (Foto: MCH-UCLA Human Connectome Project)escoberta auxilia na fabricação de remédios contra Alzheimer e Parkinson.
Pesquisa foi realizada por cientistas dos Estados Unidos.

Uma equipe de cientistas identificou as moléculas que permitem que um acontecimento se torne algo que iremos lembrar daqui a seis meses ou anos, segundo um artigo publicado nesta segunda-feira pela revista Journal of Clinical Investigation.
A descoberta pode auxiliar na fabricação de remédios que melhoram a memória e aliviam alguns dos sintomas cognitivos que caracterizam doenças como esquizofrenia, depressão, parkinson e alzheimer. O estudo foi liderado por Joshua Hawk, da Universidade da Pensilvânia, e contou com a colaboração de pesquisadores do Instituto Médico Howard Hughes e da Universidade do Texas.
"Há muitos compostos disponíveis para o tratamento dos sintomas de doenças como a esquizofrenia, mas esses compostos não tratam déficits cognitivos como problemas com a memória", disse Ted Abel, da Universidade da Pensilvânia.
Os cientistas focaram sua atenção em um grupo de proteínas denominadas receptores nucleares e que se relacionam com a regulação de várias funções biológicas, incluída a formação da memória. Os receptores nucleares são um tipo de fator de transcrição, isto é, proteínas que podem se unir com o ácido desoxirribonucleico (DNA) e regulam a atividade de outros genes.
Seu papel regulador pode ser significativo na formação da memória, já que é preciso transcrever os genes para transformar as memórias de curto prazo em lembranças de longo prazo por meio do fortalecimento das sinapses dos neurônios no cérebro.
Para identificar a maneira como esta classe de fatores de transcrição atua na formação da memória, a equipe treinou ratos com um método comum para a criação de memórias de um lugar e um acontecimento de modo que os animais aprendem a vincular um contexto particular ou um determinado tom com uma experiência específica.
Acredita-se que as associações com um lugar ou um contexto ficam codificadas no hipocampo, enquanto a memória associada a algum sinal, como um tom, ficam codificadas na amígdala.
Quando os pesquisadores treinaram os ratos pela segunda vez, observaram que os animais transgênicos tinham uma memória reduzida do lugar onde ocorria a experiência, ou seja, das lembranças que deveriam estar no hipocampo, comparados com os roedores normais. Nos ratos transgênicos, por outro lado, a memória abrigada nas amígdalas permaneciam intactas.

Câncer de Próstata

Novo medicamento para o câncer de próstata pode ser usado a cada 6 meses

Uma nova droga deve ser utilizada no tratamento de câncer de próstata no país. A injeção subcutânea chega ao Brasil em março de 2013 e atua no tratamento avançado da doença, quando até mesmo a cirurgia é descartada. O paciente deve receber a medicação a cada seis meses.
De acordo com urologistas, a ingestão do medicamento de forma periódica ajuda na adesão do tratamento, além de proporcionar mais conforto ao paciente. Se aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a droga deve ser usada em homens que possuam a doença em estágio avançado. A discussão sobre o novo medicamento aconteceu no 12º Congresso Paulista de Urologia.
Composto de acetato de leuprorrelina, o medicamento tem o nome comercial de Eligard. Ele integra o grupo de remédios usados na hormonioterapia. Sistema utilizado em pacientes que tem diagnóstico de estágio avançado do câncer, com metástase. Trata-se de uma terapia onde o hormônio masculino é a primeira alternativa terapêutica. Caso, esse método falhe, o tratamento é modificado e recorre-se a quimioterapia, considerada segunda linha do tratamento. Em câncer de próstata, a cirurgia só é indicada em casos que têm diagnóstico precoce.
O americano, David Crawford, especialista americano que participou do congresso, alega que o desenvolvimento dessa linha de tratamento, a partir de hormônios, vai levar o câncer de próstata a ser tratado como doença crônica no futuro. Ele salienta que os especialistas têm esperança em tornar esse tipo de câncer, mesmo em estágio avançado, em uma doença controlável, da mesma forma que se trata o diabetes e a pressão arterial.
O urologista, que é chefe da seção de Uro-Oncologia da Universidade do Colorado disse que aplicação da nova droga de maneira periódica é eficaz. Ele revela que possui experiência com pacientes que fizeram uso dessa estratégia nos EUA e os resultados são satisfatórios. Conforme Crawford não se trata apenas de tomar a medicação a cada seis meses e sim, ter um acompanhamento médico.
A nova droga ainda passa por processo de aprovação da Anvisa. Por enquanto, estão disponíveis no Brasil, doses mensais e trimestrais. O valor de cada dose semestral deve girar em torno de R$3 mil.

Prevenção

Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), somente neste ano, mais 60.180 novos casos de câncer de próstata devem ser registrados. Os números mostram que a taxa de incidência é alta, 62,5 casos para cada 10 mil homens. Segundo especialistas, falta aos homens uma educação de prevenção contra o câncer de próstata. Os homens ainda precisam entender a importância de consultar periodicamente um urologista. Mesma cultura já condicionada às mulheres quanto às consultas ao ginecologista.

 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Diferenças na visão de homens e mulheres

A diferença na visão está relacionada com as hormonas sexuais nos homens e nas mulheres
Um grupo de investigadores dos Estados Unidos concluiu que os homens conseguem ver melhor pequenos detalhes e respondem mais rapidamente a pequenos estímulos de movimento, mas as mulheres são melhores a fazer a distinção de cores.

A diferença na visão está relacionada com as hormonas
sexuais nos homens e nas mulheres (Pedro Cunha (arquivo))

 O estudo, feito com 36 mulheres e 16 homens com idades entre os 16 e os 38 anos, todos com visão “normal” foi publicado esta semana na revista Biology of Sex Differences . A equipa envolvida no projecto concluiu que na visão, tal como nos outros sentidos, há diferenças significativas entre homens e mulheres.

Dito desta forma, não parece muito surpreendente. Aliás, o facto de os homens terem melhor visão espacial e as mulheres uma melhor visão periférica é um assunto que tem sido amplamente explorado com o recurso ao famoso exemplo das incapacidade do homem em encontrar algo no frigorifico e das dificuldades da mulher atrás de um volante. Porém, desta vez os investigadores focaram-se na capacidade para distinguir cores e na detecção de pormenores, aptidões que estarão relacionadas com a quantidade de hormonas sexuais no cérebro.

Os participantes, todos voluntários, realizaram exercícios de visão, durante 15 sessões de uma hora cada. Em cada exercício tinham de descrever o que viam. Os resultados confirmam que os homens são menos capazes de distinguir cores, mas mais rápidos a responder a estímulos de movimentos de imagem e mais capazes de identificar pormenores.

Esta diferença de visão está relacionada com a quantidade de receptores de hormonas sexuais masculinas (androgénio), no cérebro. A hormona sexual é responsável pelo desenvolvimento, na fase embrionária, dos neurónios do córtex visual, local onde são processadas as imagens, o que faz com que os homens tenham 25% mais desses neurónios do que as mulheres. “Tal como se verifica noutros sentidos, como a audição ou o olfacto, há diferenças claras na visão entre homens e mulheres. Os elementos que medimos são determinados pelo número de neurónios (talamicos) no córtex visual e como esses neurónios são produzidos durante a fase embrionária, pensamos que a testosterona, tenha um papel importante nestas diferenças” diz Israel Abramov, líder do estudo, citado no comunicado de imprensa da BioMed Central.

Segundo o artigo científico, pode ser razoável concluir que estamos perante diferenças adaptativas e que dependendo das necessidades de cada género, assim foram desenvolvidas as capacidades. “Os homens, caçadores, teriam de detectar e identificar possíveis predadores ou presas ao longe” lê-se. Já as mulheres estavam atentas a objectos próximos e quase sempre estáticos, daí conseguirem melhores resultados em identificação das cores.

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