domingo, 22 de julho de 2012

Agenda de pesquisa para cura da aids

Cientistas estabelecem agenda de pesquisa para cura da aids

Uma equipe global de cientistas concebeu uma estratégia para encontrar a cura da aids, um esforço inspirado na notável história de um paciente americano chamado Timothy Ray Brown, que conseguiu se curar da doença. O tratamento de Brown, em Berlim, envolveu a destruição do seu sistema imunológico e um transplante de células-tronco de um doador com uma rara mutação genética que impede a contaminação pelo vírus HIV. O procedimento é muito caro e difícil de ser repetido em grande escala.

Mas, nos anos transcorridos desde o bem sucedido tratamento, em 2007, a história de Brown se tornou um mantra para os cientistas que acreditam ter chegado a hora de buscar a cura da doença.
Desde o surgimento da epidemia de aids, há 31 anos, os cientistas fizeram grandes avanços no tratamento da doença. As mortes em decorrência da aids no mundo todo caíram de cerca de 1,8 milhão em 2010 para 1,7 milhão no ano passado, segundo o mais recente relatório do Programa da ONU para a Aids (Unaids).
Coquetéis de drogas poderosas contra o HIV podem manter a infecção sob controle durante anos, mas o vírus é astuto, entrelaçando-se ao DNA de células imunológicas especiais, onde pode permanecer dormente e inacessível aos medicamentos. Isso obriga os pacientes soropositivos a usarem as medicações pelo resto da vida.
Como resultado do melhor acesso ao tratamento, mais pacientes com HIV estão vivendo vidas quase normais, mas o número de pacientes que precisa dos medicamentos também está crescendo, o que eleva os futuros custos dos tratamentos contra a aids.
Michel Sidibé, diretor-executivo da Unaids, disse que o tratamento não pode ser um fim em si. "Se continuarmos acreditando que ele é o fim de jogo, então teremos um desafio de chegar ao ''zero''", disse ele, referindo-se à meta de debelar a epidemia.
"É um primeiro passo", disse Françoise Barre Sinoussi, ganhadora de um Nobel por sua participação na identificação do HIV. Ela é copresidente do Grupo de Trabalho Internacional para a Cura do HIV, que lançou na quinta-feira suas propostas de várias etapas até a cura.
Sinoussi disse que o próximo passo será determinar a relação custo/benefício da estratégia. Esse trabalho vai começar em conjunto com a conferência de 2012 da Sociedade Internacional da Aids, entre os dias 22 e 27 de julho em Washington.
Steven Deeks, da Universidade da Califórnia em San Francisco, e também copresidente do grupo de trabalho, disse que os profissionais da saúde veem uma crescente necessidade de "passar do bloqueio ao vírus para se livrar do vírus".
Em vez de tentar copiar o tratamento feito por Brown, os pesquisadores buscarão uma reação semelhante de uma forma mais barata e fácil de replicar.
Uma das primeiras tarefas, segundo Deeks, será dar continuidade à pesquisa básica em laboratório para entender por que o vírus persiste no organismo e onde ele se esconde.
Os cientistas também precisam entender a função do sistema imunológico em pacientes com HIV, e determinar se a inflamação tem um papel na proteção ao vírus.
Outras equipes precisarão determinar por que alguns pacientes desenvolvem anticorpos ao vírus, permitindo o controle da infecção, e se isso pode ser aplicado na busca por uma cura.
Deeks disse que os médicos precisam de exames melhores para mensurar os níveis do vírus. Os pesquisadores terão de desenvolver drogas que expulsem o vírus dos seus esconderijos no organismo, tornando-o mais vulnerável ao tratamento, e também medicamentos poderosos para tornar o sistema imunológico mais apto a combater infecções.
Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, parte do Instituto Nacional de Saúde, disse que sua agência apoia a iniciativa, mas que é cedo para avaliar seu sucesso.
"Ainda temos muitas descobertas a fazer com relação a uma cura sobre a qual não existe garantias de se e quando irá acontecer. Estamos mais ou menos onde estávamos há uma década com uma vacina", afirmou.
Na época, após repetidos fracassos em testes clínicos, os cientistas tinham poucas perspectivas de desenvolver uma vacina eficaz contra o HIV, sentimento que mudou em 2009, após o relato de um teste relativamente bem sucedido na Tailândia.
"Agora posso dizer que estou confiante de que teremos uma vacina, só não posso lhe dizer quando. Com a cura, ainda estamos em uma fase muito nascente da descoberta", disse Fauci. 

A cura da AIDS pode ser anunciada antes do que se imagina. Cientistas norte-americanos apresentaram na última edição da revista " Science " a descoberta de anticorpos capazes de neutralizar 90% das variedades do virus HIV, CAUSADOR DA DOENÇA. " Estou mais otimista sobre uma vacina contra a AIDS neste momento do que provavelmente já estive nos últimos 10 anos", declarou o principal autor do estudo, Gary Nabel. Os cientistas também acreditam que os anticorpos, chamados VRC01 e VRC02, encontrados no sangue de um paciente infectado com o HIV que não desenvolveu a sindrome, poderia ser desenvolvidos e utilizados no tratamento.

 

 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Efeito protetor do chocolate

Estudo mostra que mães que consumiram o doce durante a gravidez tiveram bebês menos sensíveis ao estresse

Comer chocolate é prazeroso — disso nem consumidores nem cientistas discordam. Agora, pesquisadores finlandeses descobriram que o doce age como protetor contra o estresse em bebês que ainda não nasceram. Mães que haviam consumido chocolate diariamente durante a gravidez, tiveram bebês mais ativos e felizes aos seis meses –  o resultado foi medido de acordo com a frequência dos sorrisos das crianças. Em filhos de mães estressadas, o efeito foi ainda mais evidente.

O corpo precisa de uma série dos aminoácidos para favorecer a ação dos neurotransmissores (responsáveis pela comunicação entre as células nervosas). O triptofano, por exemplo, é um dos componentes que atuam  na ativação da serotonina, molécula envolvida na regulação do humor. Níveis baixos da substância podem abrir o caminho para o desenvolvimento de distúrbios como depressão e ansiedade.

De fato, a administração de triptofano alivia sintomas depressivos. Quanto maior quantidade da substância no cérebro, mais serotonina é produzida. O aminoácido é encontrado em abundância na soja, castanha de caju e no pó de cacau não adoçado. No entanto, adicionar açúcar ao chocolate parece reforçar seus efeitos positivos. A mistura estimula o pâncreas a liberar insulina, facilitando o acesso do triptofano ao cérebro. Como resultado, os níves de serotonina aumentam e melhoram o humor.

Além do triptofano, os componentes anandamida e feniletilamina também aumentam o bem-estar. No entanto, a quantidade das substâncias presentes no chocolate são pequenas demais para ter um efeito perceptível. Os grãos de cacau contêm, ainda, cafeína, que provoca um efeito levemente estimulante e melhoram o ânimo.

No entanto, o psicólogo Peter Rodgers, da Universidade de Bristol, acredita que o desejo por comer chocolate, provavelmente, está muito mais ligado à psicologia alimentar do que às suas ações benéficas ao organismo: a substância parece não ter o mesmo efeito sobre o humor quando absorvidas de outros alimentos. O cientista acredita que a combinação entre o açúcar e a gordura presentes no doce (fonte de energia para o cérebro), têm um papel importante na sensação de prazer. Estudos demonstram que basta a visualização de uma barra de chocolate para ativar o sistema de recompensa cerebral.

Além disso, aprendemos a nos premiar ou nos consolar com o chocolate. Se a sensação de “felicidade” surge ao comê-lo, ela pode estar associado às nossas expectativas. No entanto, comer alimentos ricos em acúcar com frequência, pode acarretar uma série de consequências menos positivas, como sobrepeso e a diabetes. Em longo prazo e, associados a um estilo de vida sedentário, a gordura e o açúcar presentes no chocolate podem representar um importante fator de risco para a saúde e o bem-estar.

Açúcar faz tão mal quanto álcool e cigarro, diz artigo médico na 'Nature'

Consumo de alimentos doces triplicou no mundo nos últimos 50 anos.
Ingestão excessiva está ligada a diabetes, câncer e doenças cardíacas.

 O consumo de açúcar pode ser tão prejudicial quanto o abuso de álcool e cigarro, segundo artigo publicado por médicos na revista científica “Nature” nesta quarta-feira (1º). Isso porque a ingestão excessiva de sacarose e frutose, que triplicou no mundo nos últimos 50 anos, está ligada ao surgimento de doenças crônicas não-contagiosas, como diabetes, câncer e problemas cardíacos.

Em setembro do ano passado, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que, pela primeira vez na história, as doenças crônicas não-transmissíveis representam um ônus maior para a saúde pública mundial que as doenças infecciosas.
Esses males já são responsáveis pela morte de 35 milhões de pessoas por ano, segundo as Nações Unidas – 80% em países pobres ou em desenvolvimento, onde refrigerantes são muitas vezes mais baratos que água potável ou leite.
Em geral, o álcool e o cigarro são regulados pelos governos como forma de proteger a saúde da população, mas não há controle sobre a alimentação. Segundo os autores do artigo, Robert Lustig, Laura Schmidt e Claire Brindis, a regulação das autoridades deveria incluir o aumento de impostos sobre produtos industrializados acrescidos de açúcar (como refrigerantes, sucos, achocolatados e cereais), a limitação de vendas no horário escolar e em ambientes de trabalho e a imposição de limites de idade para a compra.
Mas essas regras são mais complicadas, de acordo com os pesquisadores, pois os alimentos são considerados bens essenciais, ao contrário do álcool e do tabaco.
Atualmente, há no planeta 30% mais indivíduos obesos que desnutridos, de acordo com os médicos. E a dieta ocidental, com muitos alimentos processados, tem contribuído para essas crescentes taxas. Apenas 20% dos obesos têm um metabolismo e uma vida normais – os demais sofrem com problemas como hipertensão, diabetes, apneia do sono, gordura no fígado e disfunções ortopédicas ou articulares.
As autoridades de saúde costumam considerar o açúcar como "calorias vazias", mas evidências científicas mostram que sacarose e frutose demais podem desengatilhar processos tóxicos no fígado ou reações capazes de causar uma série de doenças crônicas.

Controle do açúcar pelo mundo
Segundo os autores do artigo na "Nature", EUA e Europa ainda veem a gordura e o sal como os grandes vilões da alimentação, mas a atenção deve começar a se voltar para os produtos com adição de açúcar (moléculas de frutose acrecidas em comidas processadas).
Em outubro do ano passado, a Dinamarca optou por taxar alimentos ricos em gordura saturada, apesar de a maioria dos médicos não acreditar mais que essa substância seja a principal culpada pela obesidade. Agora, o país considera tributar os doces.
Outras nações europeias e o Canadá tentam impor pequenos impostos sobre alimentos adoçados. E os EUA já consideram taxar o refrigerante – um cidadão americano consome em média 216 litros por ano, dos quais 58% contêm açúcar.
A cidade de São Francisco, na Califórnia, proibiu recentemente a inclusão de brinquedos oferecidos em refeições fast-food. Outro limite possível para proteger as crianças seria proibir comerciais sobre produtos com adição de açúcar, destacaram os autores.

Sedentarismo mata tanto quanto cigarro, diz estudo


Sedentarismo (Foto: BBC)

Pesquisa aponta que uma em cada dez mortes por doenças do coração, diabetes e câncer de mama ou cólon é causada por falta de atividade física.

Um estudo divulgado a poucos dias do início das Olimpíadas de Londres diz que a falta de exercícios tem causado tantas mortes quanto o tabagismo.
A pesquisa, publicada na revista médica "Lancet", estima que um terço dos adultos não têm praticado atividades físicas suficientes, o que tem causado 5,3 milhões de mortes por ano em todo o mundo.
A inatividade física é responsável por uma em cada dez mortes por doenças como problemas cardíacos, diabetes e câncer de mama ou colorretal, diz o estudo. Os pesquisadores dizem que o problema é tão grave que deve ser tratado como uma "pandemia".

Eles afirmam que a solução para o sedentarismo está em uma mudança generalizada de mentalidade, e sugerem a criação de campanhas para alertar o público dos riscos da inatividade, em vez de lembrá-lo somente dos benefícios da prática de esportes.
Segundo a equipe de 33 pesquisadores de vários países, os governos deveriam desenvolver formas de tornar a atividade física mais conveniente, acessível e segura.
Um dos coordenadores da pesquisa é Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (RS).
  "Com as Olimpíadas, esporte e atividade física vão atrair uma tremenda atenção mundial, mas, apesar de o mundo assistir à competição de atletas de elite de muitos países, a maioria dos espectadores será de sedentários", diz ele.
"O desafio global é claro: tornar a prática de atividades físicas como uma prioridade em todo o mundo para aumentar o nível de saúde e reduzir o risco de doenças."
No entanto, a comparação com o cigarro é contestada por alguns especialistas. Se o tabagismo e a inatividade matam o mesmo número de pessoas, a quantidade de fumantes é bem menor que a de sedentários, tornando o tabaco muito mais perigoso.
Para Claire Knight, do Instituto de Pesquisa de Câncer da Grã-Bretanha, "quando se trata de prevenção de câncer, parar de fumar é de longe a coisa mais importante que você pode fazer".

América Latina
Na América Latina e no Caribe, o estudo mostra que o estilo de vida sedentário é responsável por 11,4% de todas as mortes por doenças como problemas cardíacos, diabetes e câncer de mama ou colorretal. No Brasil, esse número sobe para 13,2%.
Os países com as populações mais sedentárias da região são Argentina, Brasil e República Dominicana. E a nação com a população menos sedentária é a Guatemala.
A inatividade física na América Latina seria a causa de 7,1% dos casos de doenças cardíacas, 8,7% dos casos de diabetes tipo 2, 12,5% dos casos de câncer de mama e 12,6% dos casos de câncer colorretal.
No Brasil, o sedentarismo é a causa de 8,2% dos casos de doenças cardíacas, 10,1% dos casos de diabetes tipo 2, 13,4% dos casos de câncer de mama e 14,6% dos casos de câncer de cólon.
A médica I-Min Lee, do Hospital Brigham e da Escola Médica da Universidade de Harvard, que dirigiu o estudo, assinalou que todos esses casos poderiam ter sido prevenidos se a população de cada país e região fosse fisicamente mais ativa.
Ela diz que, na região das Américas, poderiam ser evitadas cerca de 60 mil mortes por doenças coronárias e 14 mil mortes por câncer colorretal.

Desafio global
É recomendado que adultos façam 150 minutos por semana de exercícios moderados, como caminhadas, ciclismo e jardinagem.
O estudo indica que as pessoas que vivem em países com alta renda per capita são as menos ativas. Entre os piores casos está a Grã-Bretanha, onde dois terços da população não se exercitam regularmente.
A professora Lindsey Davies, presidente da Faculty of Public Health, órgão que formula políticas e normas de saúde pública da Grã-Bretanha, diz que "precisamos fazer o possível para que as pessoas cuidem da sua saúde e façam atividade física como parte da vida cotidiana".
"O ambiente em que vivemos tem um papel importante. Por exemplo, pessoas que se sintam inseguras no parque mais próximo vão evitar usá-lo", disse.

 

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