Previna-se da coceira na vagina
Simone*,
26 anos, vivia se queixando de coceira na vagina. "Quando não era
coceira era um corrimento branco, ardor e desconforto para urinar", conta.
Já
Carina*,34, sentia dores nas relações sexuais. "Pareciam que estavam me
cortando. As mucosas vaginais ficavam bastante inflamadas e a vulva, às vezes,
ficava com o mesmo aspecto de ‘assaduras’ de crianças que usam fralda. Passava
muita pomada, mas isso não resolvia", diz.
O drama
de Carina e Simone ilustra o que as mulheres sentem quando há um crescimento
exagerado de fungos na vagina, que produzem inflamação e sintomas
desagradáveis. "A candidíase é uma infecção causada por fungos que
afeta principalmente as mulheres entre 18 e 35 anos".
Há
dúvidas entre os estudiosos se o contato sexual seria uma das formas de
contrair a doença. "Parece que sim. Mas a deficiência no sistema de
defesas do organismo é de longe a causa mais importante de candidíase. Algumas
mulheres, inclusive, teriam uma deficiência imunológica específica para
desenvolver a doença, o que explicaria os casos de repetição frequente da
enfermidade".
Mas o que
causa a infecção?
A vagina
saudável contém naturalmente microrganismos (bactérias e fungos), que não
conseguem se desenvolver devido à presença dos lactobacilos de Doderlein,
agentes do bem e que defendem o ambiente vaginal de invasores nocivos.
"Existem ainda na vagina anticorpos, células de defesa e substâncias
químicas que ajudam os lactobacilos na defesa do meio vaginal e previnem o
desenvolvimento das colônias de bactérias e fungos causadores de
infecções".
A
proliferação dos fungos que dá origem a candidíase está associada com a
diminuição dessas defesas no ambiente vaginal. "A baixa resistência é o
principal fator de risco para que os fungos presentes no meio, em pequena
quantidade, se multipliquem de modo exagerado. Alguns estudiosos acreditam que
é possível adquirir a infecção por meio do contato sexual, quando o parceiro
está infectado por fungos e os transmite à mulher através do sêmen".
Fatores
de risco
O uso de
determinados antibióticos pode diminuir ou mesmo acabar com a flora de
lactobacilos que protege a vagina dos microorganismos nocivos. "Roupas
íntimas de material sintético e calças compridas apertadas predispõem algumas
mulheres ao problema. Doenças que diminuem a imunidade da mulher também favorecem
o desenvolvimento dos fungos".
As
alterações hormonais que ocorrem durante a gravidez ou uso de hormônios para
tratamento de distúrbios podem, em alguns casos, facilitar o aparecimento da
doença. "Pessoas diabéticas têm mais propensão a candidíase porque os
níveis elevados de açúcar em circulação no organismo estimulam a proliferação
dos fungos", diz os especialistas.
Tratamento
Os
ginecologistas recorrem ao exame clínico e de laboratório e a análise dos
sintomas da paciente para diagnosticar a candidíase. "Existem várias
opções de tratamento, envolvendo em geral medicamentos de aplicação local - os
cremes vaginais".
Eles advertem
para a importância de seguir orientação médica no tratamento de todo e qualquer
problema vaginal. E nunca buscar a orientação de balconistas de farmácias ou
usar cremes vaginais sugeridos por amigas ou que já foram utilizados em
tratamentos anteriores. "Com frequência as mulheres confundem os sintomas
de outras infecções ou mesmo de alergias vaginais com candidíase e se
automedicam com cremes ou outros medicamentos inadequados que usou antes. Eles
podem até representar alívio, ao melhorar os sintomas, mas na verdade estão
mascarando a doença que vai reaparecer lá na frente", alertam.
E como
prevenir? É muito importante dormir o suficiente, reduzir o estresse, diminuir
os doces e usar calcinhas 100% de algodão. "Lembre-se que a calcinha deve
ser posta para secar em ambiente fresco e seco - evite deixá-la secando dentro
do banheiro, que é quente e úmido, como os fungos gostam... e usar camisinha,
masculina ou feminina!".